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Assembleia Legislativa do Estado do Acre

Aleac realiza sessão solene em alusão a Campanha da Fraternidade

sescampfrat030316A Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) realizou nesta quinta-feira (3) sessão solene em alusão a Campanha da Fraternidade 2016, que este ano abordou o tema “Casa Comum, nossa responsabilidade”. A solenidade é fruto do requerimento do deputado Jesus Sérgio (PDT), aprovado por unanimidade em plenário.

Além dos parlamentares, participaram do evento o líder maior da igreja Católica no Acre, Bispo Dom Joaquín Pertíñez, além de lideranças de outras denominações religiosas de Rio Branco.

O presidente da Mesa Diretora, deputado Ney Amorim (PT), disse que o tema não poderia ser mais oportuno, devido à epidemia de dengue, chikungunya e zika que assola o país. Para ele, o saneamento básico pode mudar o cenário epidemiológico de expansão dessas doenças.

“A Campanha da Fraternidade trouxe este ano um debate importantíssimo, levando em consideração o momento de tensão que vivemos por conta da epidemia de dengue, chikungunya e zika que assola não só o Acre, mas o Brasil. Quanto mais a gente debater e apresentar propostas a respeito desse assunto, mais a gente avança com medidas preventivas”, disse.

Em pronunciamento, o deputado Jesus Sérgio (PDT) falou que os objetivos empenhados pela fé em políticas públicas que garantam integridade e futuro das pessoas devem sempre ter espaço para o debate no Poder Legislativo.

“O saneamento básico é um direito fundamental e requer esforços do poder público na prestação de serviço, pois essa questão afeta não apenas católicos, mas a todos, independentemente do credo religioso. O controle de doenças, dentre tantos outros males, pode ser evitado a partir do cumprimento simples como este, porém fundamental direito humano”, ressaltou.

O bispo Dom Joaquín Pertíñez, da diocese de Rio Branco pontuou que a Igreja Católica não aborda apenas assuntos relacionados à religião, mas também discute assuntos que são do interesse da sociedade. O religioso fez uma reflexão ao questionar o que a sociedade atual tem feito para as gerações futuras.

“Este momento é muito importante para todos. Não é um problema só da Igreja Católica, mas de todas as igrejas. A Campanha da Fraternidade não engloba apenas temas religiosos, mas também temas sociais. Este problema atinge a vida de todos os brasileiros. A casa particular é a casa comum de todos. Como criaturas devemos procurar esses bons sentimentos. Quem sofre com a falta de saneamento básico é toda a sociedade. O que vamos deixar para as gerações futuras?”, questionou.

O pastor Cid Mauro, do Instituto Ecumênico Fé e Política do Acre, ressaltou que a união de todos na construção de políticas públicas que fortaleçam as ações de saneamento básico é importante para uma sociedade com melhor qualidade de vida.

“Estamos buscando valores elevados. Saneamento é limpeza. Você despejar esgoto no rio, você subverteu o valor. A mensagem da igreja é saneamento do coração. É uma proposta boa, as religiões e os governos se unirem. O Acre tem homens e mulheres para projetar para o país um valor maior”, ressaltou.

Para o secretário municipal de Saúde, Oteniel Almeida, a Campanha da Fraternidade deste ano traz uma reflexão sobre as responsabilidades da sociedade diante da epidemia de dengue, chikungunya e zika que o Brasil enfrenta atualmente. “A Campanha da Fraternidade deste ano traz a reflexão de que nós precisamos resolver determinadas situações a partir das nossas próprias atitudes. A mudança tem que partir de cada um. A prefeitura está à disposição da população para desenvolver ações que combatam o mosquito”, disse.

O que os deputados disseram:

Jenilson Leite (PCdoB)
“A Campanha da Fraternidade desse ano nos leva a uma reflexão superior sobre o que é realmente importante em nossa vida e como estamos nos preparando para o nosso futuro. Estamos vivendo uma profunda crise de valores, onde não pensamos em outra coisa a não ser consumir. O modelo que estamos mergulhados e convencidos do que é felicidade é o consumismo e isso está acabando com o planeta”.

Daniel Zen (PT)
“O saneamento básico é um direito fundamental do ser humano. Não há uma forma mais eficaz de planejar a ação pública e privada do que a garantia dos direitos fundamentais do cidadão. Não há desenvolvimento se os frutos da atividade econômica não resultam em benfeitoria da coletividade. Saneamento é um requisito padrão daquilo que a gente entende como um valor, algo que deve ser buscado e concretizado pelo poder público nas diferentes esferas”.

Eber Machado (PSDC)
“Os nossos governantes têm que perder esse medo de realizar essas obras que não aparecem. Porque se não as realizarem, aparece a dengue, a chikungunya e a zika. O nosso maior ponto turístico, que é o Canal da Maternidade, é o maior esgoto a céu aberto. O nosso Rio Acre está morrendo porque todos os dejetos estão sendo derramados dentro dele”.

Mircléia Magalhães, José Pinheiro e Andressa Oliveira
Agência Aleac