Deputada Eliane Sinhasique quer informações da Sesacre sobre casos de microcefalia
A deputada Eliane Sinhasique (PMDB) apresentou requerimento, na sessão desta quinta-feira (25), na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), solicitando da Secretaria de Saúde do Estado (Sesacre), o número de casos diagnosticados de microcefalia na Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco, e nas unidades de referência nos municípios do Estado.
A deputada destacou a divulgação feita pelo Ministério da Saúde na última terça-feira (23) sobre as 5.640 notificações de suspeita de microcefalia no Brasil, sendo que 67 dos casos da doença estão associados ao vírus zika.
“Sabemos que essa doença não é um agravo novo. Trata-se de uma formação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de uma maneira adequada. Porém, com a divulgação do Ministério da Saúde do surto epidemiológico de microcefalia no país, entendemos necessário o monitoramento e a transparência na publicidade dos casos da doença registrados no Estado”, disse.
Desde a divulgação mais recente do Ministério da Saúde feita em 17 de fevereiro, houve 360 novas notificações, 75 novos casos registrados e confirmados e 113 novos casos foram descartados. As notificações se referem ao período de 22 de outubro de 2015 até 20 de fevereiro de 2016. “Minha preocupação é que os casos só aumentam. Por isso estou pedindo que os casos registrados no Acre sejam conhecidos e divulgados”, salientou.
A oposicionista repudiou ainda a postura dos gestores da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) que, segundo ela, teriam impedido a visita dos diretores do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-Ac) à Maternidade Bárbara Heliodora, na manhã de ontem (24). “O secretário adjunto da Sesacre foi muito grosseiro com o presidente do Sindmed, Ribamar Costa, tudo isso porque eles foram à maternidade fazer uma vistoria. Eles queriam mostrar para a imprensa que, mesmo após muitas denúncias, as irregularidades ainda existem no local”, disse.
Eliane Sinhasique questionou ainda as obras que estão sendo realizadas na maternidade e que, de acordo com ela, já duram três anos. “Já não bastassem todos os problemas, a unidade ainda possui uma área em obras há mais de três anos bem na frente da porta da UTI neonatal. Tem equipamentos cobertos com lonas nos corredores o que também atrapalha o atendimento. Minha preocupação é com as mulheres que vão lá para ter seus bebês e não são atendidas como deveriam ser”, complementou.
Na explicação pessoal, a deputada retornou à tribuna para fazer um alerta ao Governo sobre a situação de servidores públicos estaduais que estariam morando em outros estados e mesmo assim, continuam recebendo seus salários. Ela cobrou providências da Administração Pública.
“Existem profissionais recebendo do governo mesmo morando fora do Acre. Acho injusto o fato de um funcionário ir para outro Estado cuidar de interesses particulares e, mesmo sem trabalhar aqui, receber seu salário no final do mês. Se isso existe é porque a Administração Pública é conivente. Esse tipo de atitude é imoral, é um absurdo”, finalizou.