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Assembleia Legislativa do Estado do Acre

Deputado Luiz Gonzaga se posiciona contrário à isenção de ICMS à Agrocortex

gonzaga141015O deputado Luiz Gonzaga (PSDB) discordou, durante a sessão desta quarta-feira (14), na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), da concessão de isenção de ICMS para a empresa Agrocortex, que faz parte de um grupo de empresários de Portugal que pretende explorar o setor madeireiro em Manoel Urbano.

Luiz Gonzaga disse que, enquanto isso, marceneiros dos polos moveleiros de Xapuri, Tarauacá e Cruzeiro do Sul têm dificuldades para exercerem suas atividades. “Conversando com pessoas do polo moveleiro de Xapuri, eles me disseram que o polo está praticamente fechado, isso porque eles não podem utilizar o cedro, o angelim, o jatobá, que dirá o mogno. Por que aqueles que estão gerando empregos no Acre não têm o mesmo privilégio?”, questiona o parlamentar.

O deputado tucano disse temer que na região do Rio Purus ocorra o que acontece na Floresta Estadual do Rio Antimary e na Reserva Extrativista Chico Mendes, ou seja, a retirada da madeira e o avanço da pecuária. “Isso é para acabar com as nossas florestas. No Antimary tem madeira estragando, na reserva Chico Mendes os produtores precisaram se unir para evitar a destruição”, disse ele.

Ele denunciou que enquanto o governo isenta empresas de fora, cobra dos produtores rurais ICMS sobre a circulação de seus produtos. “Por que os produtores têm que pagar o ICMS e essas empresas que vêm de fora têm a maior facilidade?”.

Gonzaga citou que o governo do Amazonas isenta os produtores rurais para incentivar a produção, sendo que no Acre, acontece o inverso. “No Amazonas eles são isentos porque o governo incentiva a produção”.

Ainda com relação à exploração de madeiras pela empresa Agrocortex, ele citou que é inadmissível que a madeira saia do Acre sem gerar riquezas para o Estado. Ele destacou que a maioria dos móveis comercializados no Acre é proveniente de outros estados.

“É uma vergonha vivermos num Estado com a melhor madeira do mundo, e de onde vem a maioria dos móveis? A maioria vem de fora. Nós temos condições de exportar e não importar. Concordo plenamente que temos que utilizar as nossas riquezas naturais e não tirar a madeira bruta daqui para ela gerar renda lá em Portugal”, completou.

José Pinheiro
Agência Aleac