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Assembleia Legislativa do Estado do Acre

Deputados estaduais recebem gerente da Vivo para debater serviços de telefonia e internet móvel

vivo090715A pedido do deputado Jenilson Leite (PCdoB), o Grande Expediente da sessão desta quinta-feira (9) foi destinado para receber a gerente institucional de relações da empresa de telefonia móvel Vivo, Alessandra Garnica Lugato. A gerente foi convocada para prestar esclarecimentos sobre os serviços de telefonia móvel e internet, devido a grande quantidade de reclamações registradas no Procon/AC.

O presidente da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), deputado Ney Amorim (PT), fez abertura dos trabalhos ressaltando a importância do debate para a população. “Nos últimos anos a operadora Vivo vêm apresentando problemas no Estado, causando inúmeros transtornos para os consumidores. O debate de hoje é importante para que possamos encontrar uma solução para os problemas, vamos ouvir a gerente da Vivo para saber o que realmente está acontecendo”, disse.

O autor do requerimento que solicitou a presença da representante regional da Vivo no plenário da Aleac, deputado Jenilson Leite (PCdoB), salientou que diariamente são registradas no Procon/AC queixas sobre os serviços de telefonia e internet. Segundo o parlamentar, a maioria das reclamações é com relação às mudanças unilaterais do contrato celebrado entre a empresa de telefonia e o consumidor.

“Ao invés dos consumidores terem os serviços reduzidos, como estabelecem os contratos firmados, a Vivo está suspendendo o serviço quando atingido o limite de dados de internet móvel, bloqueando o acesso à internet após o fim, supostamente, da franquia contratada”, afirmou.

Para o deputado, o bloqueio da Internet móvel demonstra total desrespeito da empresa com os consumidores. “A operadora alega que o bloqueio de internet móvel traria vantagens ao consumidor, mas para mim tal atitude demonstra desrespeito com o consumidor. É notório que com essa atitude a empresa está visando exclusivamente lucro e não a prestação de um serviço que atenda às necessidades dos clientes” complementou.

Ainda de acordo com Jenilson Leite, a prática adotada pela operadora de telefonia em bloquear o acesso à internet fere princípios básicos do CDC, além de não gerar qualquer segurança ao consumidor, que não tem como controlar o real uso da franquia. “As operadoras não disponibilizam meios claros e eficientes para isso, deixando o consumidor ainda mais vulnerável e exposto às práticas lesivas que visam unicamente o lucro das empresas. Vale ressaltar as dificuldades existentes na hora de fazer uma ligação”, frisou.

Em pronunciamento, Alessandra Garnica Lugato explicou que o bloqueio da internet móvel ocorreu devido o aumento da demanda no mercado. A gerente garantiu que a suspensão da internet está dentro das normas legais e que é totalmente justificável.

“O bloqueio da internet móvel está dentro das normas legais, todas as decisões que tomamos foram com o intuito de melhorar nossos serviços. Optamos por esse método porque queríamos disponibilizar uma tecnologia modelo para os nossos consumidores. Quando não havia o bloqueio o cliente utilizava o serviço de internet por trinta dias, mas o serviço era lento e deixava a rede totalmente comprometida”, explicou.

Alessandra Lugato afirmou que os consumidores são avisados sobre a suspensão da internet através de torpedos. “O bloqueio de dados é realizado ao término da franquia, ou seja, quando o cliente atinge o limite dos créditos inseridos. É feito um controle antes da suspensão, enviamos torpedos avisando que o bloqueio será feito”, destacou.

Para a gerente da Vivo, a empresa acostumou os consumidores a navegarem com uma velocidade baixa. “O bloqueio está sendo bastante questionado porque nós acostumamos nossos consumidores a navegarem com uma velocidade muito baixa, o que acabava comprometendo e congestionando a rede. A intenção da empresa nunca foi de lesar os clientes e, sim, proporcionar um serviço de mais qualidade a eles”, ressaltou.

Representando a Defensoria Pública do Estado, o defensor Nelson Rodrigues, destacou que a instituição foi a primeira a entrar com uma ação civil pública com objetivo de discutir os problemas da internet móvel. “Recebemos um documento do Procon que relata os questionamentos dos consumidores com relação a interrupção da internet móvel no final da franquia. Antigamente o cliente navegava durante um mês e agora navega apenas três dias e a internet já é bloqueada. Entramos com uma ação civil pública com o objetivo de retornar ao serviço que era oferecido antes, onde a internet era renovada mensalmente”, disse.

Nelson Rodrigues garantiu que a Defensoria Pública do Acre está acompanhando de perto todo o trâmite do processo que foi instaurado no Tribunal de Justiça, com relação aos péssimos serviços prestados não só pela Vivo, mas por todas as operadoras que atuam no Estado.

O que os deputados disseram:

Jairo Carvalho (PSD)
“Sou cliente da Vivo e por isso posso afirmar que as reclamações vêm de todas as partes. Minha maior preocupação é com a forma de atendimento da empresa, acho um total desrespeito os clientes ficarem horas na fila debaixo de sol e chuva só para pegar a fatura da sua linha. Aquela loja da Vivo que fica localizada no Canal da Maternidade é minúscula e não possui a estrutura física adequada para atender os consumidores. Como uma empresa que arrecada bilhões não possui condições para fazer uma loja confortável para seus clientes?”.

Dra. Juliana (PRB)
“Como presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Aleac, resolvi procurar o Procon para tratar das reclamações que são feitas diariamente naquele órgão sobre a Vivo. Fiquei mais tranquila ao saber que o Procon trabalha em parceria com a Defensoria Pública do Estado e que juntos eles procuram garantir que os direitos dos clientes das operadores sejam respeitados”.

Eliane Sinhasique (PMDB)
“Queria aproveitar a presença da gerente da Vivo para fazer uma reivindicação. É que até hoje às famílias que residem na Transacreana sofrem com a ausência de uma antena telefônica. Gostaria de pedir que a empresa providenciasse a instalação de uma antena naquela localidade, os produtores rurais passam maus bocados devido à falta de comunicação. Sei que meu pedido pode ser atendido levando em consideração a função social”.

Lourival Marques (PT)
“As reclamações feitas pela população acreana são totalmente compreensíveis, eu sou usuário da Vivo e sofro constantemente com os péssimos serviços oferecidos pela empresa. Não dá para aceitar que uma empresa que faz investimentos grandiosos ofereça um péssimo serviço aos seus clientes”.

Nelson Sales (PV)
“Quero aproveitar o momento e fazer um pedido para os moradores de Porto Acre. O problema é que parte dos bairros daquele município não possui os serviços da Vivo. Preparei até um ofício para entregar para a gerente da operadora pedindo a instalação de uma antena que atenda os núcleos que ainda não são contemplados pelos serviços da Vivo. São mais de 4.500 pessoas que não têm acesso ao sinal”.

Daniel Zen (PT)
“Um dos maiores problemas que os usuários enfrentam é com relação à falta de informações dos serviços oferecidos pela empresa. Por exemplo, quando um cliente compra um pacote ele não tem a total clareza dos serviços que ele está adquirindo e isso é uma falha grande da Vivo. A dificuldade que os consumidores têm para baixar as faturas, o difícil manuseio do site e as grandes filas nas lojas são um exemplo disso. A operadora deveria ampliar as instalações físicas de suas lojas bem como facilitar o entendimento dos dados para que o cliente possa saber o que realmente está comprando”.

Mircléia Matos
Agência Aleac