loader image

Assembleia Legislativa do Estado do Acre

Edvaldo Magalhães manifesta preocupação com conflitos agrários na regional Tarauacá-Envira

Em discurso na tribuna durante a sessão desta quarta-feira (21), na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), falou da sua preocupação com o novo momento que o Estado vive com relação aos conflitos fundiários. Segundo o parlamentar, o governo do Estado não está agindo nem tão pouco atuando como deveria.

“Quero levantar essa preocupação que certamente fará parte dos debates desta casa nos próximos meses. O Acre vive um novo momento com relação aos conflitos fundiários, é como se tivéssemos vivendo uma terceira leva de ocupação no Acre. É fundamental que se tenha uma atitude nova frente a esses novos conflitos e o Estado não está agindo e nem atuando, é como se fosse algo à parte.

O oposicionista denunciou um fato que segundo ele, vem ocorrendo na região de Tarauacá e Feijó. Ele relatou que com o anúncio do governo federal de regulamentar o comércio de crédito de carbono, está havendo uma corrida por parte de supostos proprietários de grandes seringais para a implantação de projetos de comercialização de carbono, sem levar em consideração as populações tradicionais.

De acordo com ele, essas populações estão sendo amedrontadas, com falsos discursos. “O Acre tem um ativo ambiental enorme que precisa ser explorado. Sabe onde está o problema? É que aparece agora proprietários ‘antigos’. Chegam em regiões como Tarauacá e Feijó, aparecem para os moradores que estão ali há 20 anos, há 30 anos, dizendo: ‘olha agora temos um projeto de carbono, vocês serão proibidos de tudo. Vocês não podem mais botar um roçado. Essa área é minha. Isso está gerando intranquilidade e conflito para famílias do Rio Tarauacá, do Rio Muru, do Jurupari, no Alto e Baixo Envira. Quem faz esse tipo de afirmação está mentindo para os posseiros”, disse Edvaldo Magalhães.

O parlamentar disse ainda que é impossível você certificar um projeto de comercialização desse ativo ambiental, que popularmente se chama comercialização do carbono, com conflitos fundiários. “A primeira questão que precisa ser resolvida é regularização fundiária. Ninguém compra carbono onde tem conflito. É preciso que as forças que atuam dentro desse movimento rural apoiem esses moradores para que as suas propriedades que já tem direito a usucapião há muitos anos sejam regularizadas dentro do módulo de propriedade da Amazônia”, finalizou.

Texto: Mircléia Magalhães/Agência Aleac

Foto: Sérgio Vale