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Assembleia Legislativa do Estado do Acre

Assembleia Legislativa do Acre celebra Dia de Conscientização sobre o Autismo

 

A pedido do deputado Daniel Zen (PT), o plenário da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) recebeu na manhã desta quinta-feira (28), crianças e jovens diagnosticados com espectro autista, além de pais e professores. A sessão solene proposta pelo parlamentar tem como objetivo celebrar o Dia Nacional de Conscientização sobre o Autismo, comemorado no último dia 2 de abril.

A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2007, e tem como objetivo alertar a sociedade e governantes sobre esse transtorno do neurodesenvolvimento, auxiliando assim a derrubar preconceitos. Visa, ainda, ajudar a conscientizar a população mundial sobre o Autismo, um transtorno no desenvolvimento do cérebro que afeta cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo.

O Transtorno do Espectro Autista se refere a uma série de condições caracterizadas por algum grau de comprometimento no comportamento social, na comunicação e na linguagem, e por uma gama estreita de interesses e atividades que são únicas para o indivíduo e realizadas de forma repetitiva.

Em pronunciamento, o deputado Daniel Zen, autor do requerimento que possibilitou a realização da sessão solene, falou sobre sua satisfação em levantar esse debate no Poder Legislativo. Disse, ainda, que a luta em prol de pessoas que sofrem algum tipo de limitação sempre foi uma bandeira levantada por ele.

“É muito importante debater esse tema de forma profunda, especialmente no que toca à elaboração de políticas públicas de inclusão para as pessoas inseridas no espectro. O Dia Mundial da Conscientização do Autismo não pode ser esquecido, bem como toda a luta e tudo aquilo que ele significa também não seja deixado de lado pelos órgãos e entidades que tratam dessas importantes políticas públicas”, pontuou.

O parlamentar também destacou dois projetos de lei de sua autoria que foram aprovados na Aleac. Um deles, o que institui a política estadual de proteção dos direitos da pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA), e o outro, que dispõe sobre o prazo de validade do Laudo Médico Pericial que atesta o Transtorno do Espectro Autista.

O deputado Pedro Longo (PDT) destacou a importância do encontro e parabenizou Daniel Zen pela iniciativa. Ele também lembrou que no Diário Oficial de hoje foi publicada a lei que veda a comercialização de artefatos com estampidos.

“Parabenizo o Daniel Zen pela autoria do requerimento, assim como também as pessoas que estão aqui. Essa é uma causa que sensibiliza todos e temos sido sempre solidários nas bandeiras que defendem a igualdade e inclusão. Acaba de ser sancionada pelo governador a lei que veda a comercialização de artefatos com estampidos, sabemos que isso cria um grande desconforto em quem tem o espectro autista. Conseguimos aprovar aqui, e hoje foi publicada no Diário Oficial. Chamar a atenção da sociedade é importante e vocês que defendem isso saibam que aqui nesta Casa sempre encontrarão apoio”, afirmou.

A primeira secretária da Associação Família Azul do Bujari, Neuza Maia, relatou as dificuldades que a associação encontra para atender as pessoas diagnosticadas com autismo no município.

“Nosso município é pequeno e, por este motivo, a nossa busca por melhorias e igualdade para as nossas crianças é diária. Mas, nós não vamos desistir, afinal de contas nós somos a voz dos nossos filhos. A boa notícia é que em breve teremos uma associação naquela cidade e isso sem dúvida irá fortalecer ainda mais o nosso trabalho”, disse.

A idealizadora do Movimento SOS Autistas do Acre, Adjaina Santos, também falou das dificuldades que os pais de autistas enfrentam diariamente para garantir o bem-estar dos filhos.

“Quero falar aqui, da minha indignação diante do poder público com relação às necessidades dos nossos filhos. Sou mãe de dois autistas, um de 3 anos e outro de 15 anos, e posso garantir que a nossa luta é bem difícil. Matamos um leão por dia e o poder público simplesmente não olha para a gente. Nossos filhos não estudam porque não tem um mediador na escola, nem terapia para eles o poder público oferece. É tudo muito difícil”, relatou.

Edila Souza, coordenadora do Centro de Atendimento Autista, Mundo Azul, falou sobre o trabalho que o centro realiza atualmente. Disse, ainda, que a instituição atende 98 crianças.

“Atualmente, 98 crianças são atendidas no Mundo Azul e ainda estamos disponibilizando mais vagas. Estamos redobrando o nosso atendimento. Uma das dificuldades que a instituição enfrenta é a falta de profissional, como exemplo, na área de terapia educacional. Os profissionais disponíveis não aceitam trabalhar para ganhar um valor menor do que eles ganham na rede privada. Mas nós temos feito a diferença naquele lugar, mesmo diante das dificuldades”, enfatizou.

Clemilda Nepomuceno, que participou da audiência representando a Secretaria de Assistência Social dos Direitos Humanos e de Políticas para as Mulheres, destacou o estudo que tem sido feito para criar um plano estadual da pessoa com deficiência.

“A Secretaria tem se voltado para políticas que promovam boas ações nesse sentido. Planejamos fazer o plano estadual da pessoa com deficiência, mas precisamos de dados e quantitativos, temos um convênio com o Ministério Nacional da Pessoa com Deficiência e através dele iremos trabalhar com o levantamento de dados, para que assim possamos fazer esse projeto.

Andressa Oliveira/ Mircléia Magalhães / Agência Aleac

Revisão: Suzame Freitas