Diretor clínico da Maternidade Bárbara Heliodora comparece à Aleac para dar explicações
O diretor clínico da Maternidade Bárbara Heliodora, o médico Edvaldo Amorim, compareceu à sessão ordinária da Assembleia Legislativa, nesta quinta-feira, 30, durante o Grande Expediente, para prestar esclarecimentos acerca das reclamações sobre o atendimento da unidade.
Por mais de uma hora o diretor explicou aos parlamentares todos os procedimentos realizados na maternidade e pontuou que a unidade sofre uma sobrecarga vinda do interior do Estado, isso porque mesmo os partos normais estão sendo encaminhados para a Maternidade Bárbara Heliodora.
“Se em Senador Guiomard e Plácido de Castro forem realizados os partos normais, a Maternidade Bárbara Heliodora vai fazer o seu trabalho. Os hospitais do interior estão aptos a realizarem partos normais. O parto normal é algo, como se diz, normal, natural. Se ele ocorrer sem patologias não precisa sequer de clínico geral”, conclui Edvaldo Amorim.
O gestor falou ainda que 50% das mulheres que aguardam na sala de espera são mulheres acompanhantes, por isso a impressão que a unidade está superlotada.
“Na maternidade todos os dias vocês vão encontrar 100 mulheres. Mas, 50% são acompanhantes. A mulher grávida ela tem um acompanhante e a impressão que dá é de que está um caos”, frisa.
Edvaldo Amorim salientou que todas as pacientes que entram na unidade passam primeiro por uma classificação de risco onde é diagnosticada a prioridade de atendimento. Nesse sentido, os casos tidos como graves têm atendimento prioritário em relação àqueles classificados como de baixo risco.
Quanto à quantidade de médicos, o diretor garante que não faltam profissionais. São cinco médicos que atendem na unidade. O médico frisa que a Maternidade Bárbara Heliodora é uma das únicas maternidades no Brasil que dispõe de exames de ultrassonografia 24 horas.
O diretor clínico explica que o número de mortes de recém-nascidos de janeiro à março, com até 6 dias de nascidos foi de 19 bebês. Com relação aos casos de óbitos com 28 dias de nascimento esse número reduz para 10 crianças, no mesmo período. Os óbitos fetais registrados foram 23.
“A maioria são crianças prematuras pesando 500 gramas. A chance desses bebês sobreviverem é de 10%. São essas crianças que infelizmente vêm a óbito. Muitas delas vêm a óbito porque ainda não estão formadas. Os dados brutos assustam, mas quando se estuda a fundo, percebe-se que não é aquela tragédia anunciada”, explica o médico.
O deputado Raimundinho da Saúde (PTN) agradeceu a presença de Edvaldo Amorim em atender o seu requerimento para comparecer à Aleac e expor a situação em que se encontra a Maternidade Bárbara Heliodora. O parlamentar comentou, também, a visita à unidade hospitalar na tarde de quarta-feira, 29.
Nelson Sales (PV) disse que os problemas enfrentados pela maternidade são de gestão. “Existe um enfrentamento entre os profissionais e a gestão. A gestão não faz por onde abraçar e trazer o profissional para o projeto da maternidade”, conclui.
Já o deputado Heitor Júnior (PDT) frisou que a sobrecarga na maternidade é um efeito causado pelos hospitais do interior que não estão habilitados para fazerem partos, ate mesmo os normais.
“Ouvindo o deputado Nelson eu também tenho receio da falha de gestão e aqui quer reportar que nenhum hospital que visitamos no interior faz parto normal. Em Senador Guiomard tem uma estrutura fantástica e não faz nem parto normal”, lamenta o deputado.
O deputado Gehlen Diniz (PP) foi breve. Questionou apenas se havia sido instaurado um procedimento administrativo para apurar se houve falhas no atendimento à mulher que deu à luz em pleno saguão da maternidade na última semana.
“Em relação àquele vídeo já foi instaurado um procedimento administrativo? E o que está sendo feito para que não se repita?”.
Edvaldo Amorim pontuou que todas as providências estão sendo tomadas para apurar o caso e defendeu que mesmo com o episódio ocorrido, a paciente foi atendida e passa bem, ela e o bebê.