Assembleia Legislativa do Estado do Acre

Deputado Edvaldo Magalhães diz que governo ataca a própria base na Aleac

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O deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) iniciou seu discurso durante sessão desta terça-feira (24) falando sobre a crise instalada entre os poderes Legislativo e Executivo. Afirmou ainda que a decisão em exonerar 340 cargos comissionados logo após a derrubada de vetos na Aleac, foi uma retaliação do governador Gladson Cameli à sua própria base.

“A gente precisa conversar e debater acerca da crise instalada de forma clara porque é preciso chamar as coisas pelo nome para não ficar arranjando apelido. O governo tentou negar num primeiro momento, mas as exonerações foram sim uma retaliação à sua própria base aqui na Aleac. Quiseram expor os deputados da forma mais esdrúxula e para isso até uma edição especial do Diário Oficial foi impressa”, disse.

Magalhães disse que o governo, ao se ver contrariado com a derrubada dos vetos, quis expor todos os acordos que tinha com os deputados da base, o que, de acordo com ele, seria uma tentativa de ridicularizar os parlamentares e jogar a opinião pública contra eles.

“O governo pegou tudo que foi acordado no escurinho do cinema com cada um dos deputados da sua base, publicou e soltou os comentários para orientar o massacre nas redes sociais. Foi uma espécie de “joga” para a galera ver como esse povo gosta mesmo é de ter cargos, e não de trabalhar pelo bem do Estado. O nome disso é humilhação”, afirmou.

O comunista seguiu dizendo que agora o segundo passo do Executivo seria o de chantagear parlamentares que desejarem reaver os cargos perdidos no governo, pois, de acordo com ele, o Executivo deseja ao seu lado apenas deputados que digam amém para tudo.

“O primeiro momento foi a humilhação, o linchamento público, a exposição da base deles. Agora, vai ter o segundo round, o da chantagem, aquele onde se chama para conversar, porque tem que ser um cordeiro obediente para manter seus cargos no governo. O governo traiu a sua base, traiu duplamente o líder e agora quer um parlamento calado e manso”, asseverou.

O parlamentar disse que o Poder Legislativo mediou um conflito para evitar uma crise entre o governo e o Poder Judiciário e o que recebeu em troca foi a humilhação. Acrescentou ainda que na política um líder precisa ser respeitado pelos seus liderados e criticou a forma com que o site da Agência de Notícias Oficial do governo notificou a substituição do deputado Luís Tchê.

“Na ânsia de queimar seu próprio líder, o site de notícias do governo deu furo até nos jornais do Estado, pois se apressou em vazar a informação de que o Tchê seria substituído pelo Gehlen. Ou seja, o governo não respeita nem sua liderança, alguém que conquistou o respeito e até mesmo votos de parlamentares de oposição e independentes aqui dentro. Esse é o método deles. Aguardemos os próximos capítulos dessa longa novela que ainda tem 3 anos e 4 meses para terminar”, finalizou.

Texto: Andressa Oliveira
Revisão: Suzame Freitas
Foto: Raimundo Afonso
Agência Aleac