Deputado Luís Tchê afirma que Aleac possui dois líderes, um do governo e outro da Casa Civil

O deputado José Luís Tchê (PDT) usou seu tempo durante sessão desta terça-feira (24) para se pronunciar acerca da sua saída da liderança do governo na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac). O parlamentar disse que o Poder Legislativo hoje possui dois líderes, um do governador Gladson Cameli (PP) e outro do chefe da Casa Civil, José Ribamar.

“Inicio minha fala com a certeza de que muitas pessoas estão querendo saber o que aconteceu. Fui convidado pelo governador para ser líder do governo, mas ontem recebi a notícia do secretário Alysson Bestene de que não ocuparia mais esse posto. Tentei falar com o Gladson, mas somente hoje pela manhã consegui e ele voltou a me dizer que eu continuava na liderança”, disse.

Tchê afirmou que há uma espécie de blefe por parte do deputado Gehlen Diniz (PP) ao se intitular como novo líder do governo durante a sessão de hoje. Reiterou ainda que o parlamento agora possui duas lideranças, uma do governador Gladson Cameli e outra do chefe da Casa Civil, José Ribamar. Ele afirma que durante todo o tempo agiu com transparência.

“Jogo poker e já vi todo tipo de blefe. Ontem nos reunimos aqui com a base do governo e fui informado sobre a liderança do Gehlen. O trabalho que realizamos foi transparente, a relação que criamos com os poderes também. Fizemos incansáveis reuniões com todos os Poderes, tudo foi discutido às claras. Hoje temos dois líderes na Aleac, o líder do Ribamar que é o Gehlen e o líder do governador, que sou eu”, afirmou.

O pedetista assegurou que na política a palavra é o principal contrato e que o erro na formulação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2020 partiu da Casa Civil e que a culpa não pode ser jogada no parlamento. Reiterou também que a intempestividade com que o documento foi enviado para votação na Casa também prejudicou o andamento.

“Na política não tem contrato, é palavra. Me surpreendeu quando o próprio vice-governador me procurou para saber se eu tinha feito alguma alteração na LDO. Fiquei preocupado com isso. O erro na formulação do documento foi totalmente da Casa Civil e não vão jogar isso no colo dos deputados. Convido o Ribamar para vir aqui e explicar essa crise que nunca existiu. Ele disse que fui com o presidente e o secretário desta Casa pedir ao governador que exonerasse os cargos comissionados, isso nunca aconteceu. Espero ele aqui para falar algumas coisas cara a cara”, desafiou.

No tempo destinado ao grande expediente o parlamentar rebateu o discurso feito por Gehlen Diniz que afirmou que o pedetista teria mentido para os demais deputados e os induziu a derrubarem os vetos do governo. Tchê disse que o progressista coloca em xeque a honra de toda Mesa Diretora da Aleac ao fazer tal afirmação e pediu respeito.

“Dizer que os deputados foram enganados é um jogo baixo de vossa excelência. Olhe nos meus olhos, tenho 60 anos de idade, tenho 16 anos de mandato como deputado estadual, sou presidente regional de um partido, eu não admito que o senhor suba aqui e coloque em xeque a minha honra e a da Mesa Diretora dessa Casa. Não coloque palavras em minha boca”, rebateu.

O parlamentar concluiu seu discurso indagando Gehlen Diniz sobre como ele pretende retomar uma liderança se faz um discurso de desrespeito e afronta. E afirmou que tudo que construiu foi porque sempre soube respeitar base, independentes e oposição, por entender que para que um governo dê certo é necessário haver diálogo e não discussões e imposições.

Texto: Andressa Oliveira
Revisão: Suzame Freitas
Foto: Raimundo Afonso
Agência Aleac