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Assembleia Legislativa do Estado do Acre

Aleac vai a Brasília em busca de informações sobre portaria que proíbe comercialização de madeiras

depsesetormad190215Uma comissão da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) vai a Brasília, nos próximos dias, em busca de informações no Ministério do Meio Ambiente sobre a Portaria nº 443/2014, que considerou sete espécies de madeiras florestais em extinção, sendo três delas específicas do setor moveleiro. Com isso, a comercialização dessas madeiras ficará proibida. A ideia, segundo o presidente da Aleac, deputado Ney Amorim (PT) é colher o máximo de informações para que sejam tomadas as medidas necessárias, evitando prejuízos para o setor moveleiro do Acre.

“Nos reunimos com representantes do Sindicato das Madeireiras e, agora, nossa Comissão de Meio Ambiente ficará responsável por ir até Brasília, mais precisamente ao Ministério do Meio Ambiente, em busca de mais informações sobre essa portaria. A Assembleia está se colocando à disposição dos marceneiros e madeireiros para que os mesmos não sejam prejudicados. Se for preciso, vamos pedir apoio à nossa Bancada Federal”, assegurou.

O deputado Lourival Marques (PT), que também participou da reunião, disse que está à disposição do setor florestal do Acre e pediu que a Aleac elabore um documento que deverá ser assinado pelos 24 parlamentares estaduais e encaminhado ao líder da bancada acreana em Brasília.

Doutora Juliana (PRB) também se colocou à disposição e disse que o deputado federal Alan Rick (PRB/AC) está atento em Brasília para o caso.

Já o líder do governo na Casa, deputado Daniel Zen (PT), falou da necessidade de buscar informações para poder contrapor a portaria do MMA. Ele frisou que uma reunião com a bancada federal se faz necessária. “Precisamos ter um argumento forte em mãos para refutarmos o que está lá”, propôs.

O progressista Nicolau Júnior disse que irá repassar a demanda ao senador Gladson Cameli (PP/AC). O parlamentar também se colocou à disposição para ajudar naquilo que for necessário.

Jesus Sérgio (PDT) disse que a Portaria não pode prejudicar os trabalhadores. Ele frisou que ‘a lei maior é a lei da sobrevivência’. E acrescentou: “Muita das vezes quem está no gabinete editando a portaria não tem noção do alcance de uma medida dessas”.

Gehlen Diniz (PP) contestou a medida e disse que a Portaria não tem nenhum embasamento científico. Ele alertou para o caos no setor caso nada seja feito. “Se for aplicada vamos ter o caos”, frisa.

Já Nelson Sales, do Partido Verde, disse que a Portaria coloca em risco uma cadeia produtiva. Ele pontuou que mesmo sendo um parlamentar verde, o princípio da vida é absoluto. “Não se faz justiça alisando apenas a letra fria da lei, mas, sim, com bom senso”.

A deputada Leila Galvão (PT) disse que a decisão tomada em Brasília certamente foi elaborada por pessoas que desconhecem a realidade da Amazônia, em especial o Acre. “Eles sequer têm conhecimento da realidade local”, disse a deputada petista.

Éber Machado (PSDC) disse que o Acre deveria receber uma compensação por manter 87% da floresta intacta. Ele questionou a Portaria nº 443/2014 e pediu a intervenção da bancada federal no caso. “Se tem algo que não podemos deixar é que isso aconteça. Nós temos que trazer a nossa bancada federal para esse debate”.

A líder do PMDB na Casa, deputada Eliane Sinhasique, disse que o setor vem sofrendo decadência por conta de medidas como essa. Ela relatou a dificuldade de se adquirir produtos de madeira pela população. A parlamentar disse, ainda, que a madeira provinda de projetos de manejos tem preços elevados o que tem dificultado a vida de muitos marceneiros. “Os nossos marceneiros não conseguem pagar o preço da madeira vinda do manejo. Nós temos as nossas vocações e uma delas é o produto madeireiro”.

Finalizando, o deputado Manoel Moraes (PSB) disse se entristecer com atitudes como essas da Portaria nº 443/2014. “Isso me deixa triste, quando uma decisão dessa não houve os empresários do setor”, desabafou primeiro-secretário da Aleac.