Assembleia Legislativa do Estado do Acre

Deputada Eliane Sinhasique apresenta relatório da comissão que apurou óbitos de crianças na maternidade de Rio Branco

A deputada Eliane Sinhasique (PMDB) informou na sessão desta quinta-feira (4) que o relatório da Comissão de Sindicância da Aleac que investigou durante 12 meses as mortes de recém-nascidos na Maternidade Bárbara Heliodora foi concluído.

A oposicionista frisou que os parlamentares que integram a comissão visitaram a unidade de saúde por diversas vezes, conversando com as gestantes e os familiares de pessoas que perderam bebês no período de junho de 2015 a junho de 2016.

De acordo com ela, cerca de 15 casos foram averiguados, em todos eles as crianças morreram na maternidade. Entre as irregularidades verificadas está a falta de médicos, leitos, UTI insuficiente, aparelhos danificados, pré-natal mal realizado, exames que não são feitos durante a gravidez, além da sobrecarga ocasionada por atendimentos que deviriam ser feitos em outras unidades de saúde.

Eliane Sinhasique informou que das 15 mortes investigadas, 4 poderiam ter sido evitadas se alguns procedimentos tivessem sido realizados. O relatório também apontou inúmeras irregularidades no atendimento às mulheres grávidas no interior.

“O relatório foi feito em cima do que nós apuramos, o documento é assustador. Verificamos que 25% das mortes ocorridas na maternidade poderiam ter sido evitadas. Constatamos também que o serviço de pré-natal é realizado inadequadamente nos municípios de origem das parturientes. Descobrimos que a atenção básica é totalmente deficitária e que o pré-natal é uma lástima. Sem falar no atendimento da maternidade de Rio Branco, não há leitos suficientes para atender as grávidas e a equipe médica não dá conta da demanda”, disse.

A parlamentar afirmou que a Maternidade Bárbara Heliodora está sobrecarregada devido ao serviço ambulatorial que deveria ser realizado nos postos de saúde. A não instalação do Programa de Prontuário Eletrônico também estaria dificultando o atendimento na unidade de saúde.

“A maternidade está superlotada porque o serviço básico de saúde não funciona como deveria. No relatório que fizemos, recomendamos que a Sesacre se reúna com os secretários municipais para orientá-los no atendimento adequado às mulheres grávidas. É necessário que se organize os serviços de partos nos municípios, que se contrate mais médicos, enfermeiros e técnicos. Solicitamos também a instalação dos prontuários eletrônicos, o programa foi comprado no governo Binho Marques e até hoje não foi instalado”, afirmou.

Mircléia Magalhães
Agência Aleac