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Assembleia Legislativa do Estado do Acre

Comissão de Sindicância da Aleac que apura óbitos na Maternidade Bárbara Heliodora se reúne com Comissão de Óbitos da unidade

comsindi171016A Comissão de Sindicância da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), instalada para apurar as mortes de bebês na Maternidade Bárbara Heliodora, no período de julho a agosto de 2016, se reuniu na última segunda-feira (17) com a Comissão de Óbitos da unidade. O objetivo da Comissão de Sindicância da Aleac é conhecer os procedimentos adotados para apuração dos óbitos. Os parlamentares irão apurar pelo menos 15 casos de morte na unidade.

O presidente da Comissão de Sindicância da Aleac, deputado Heitor Júnior (PDT), parabenizou o trabalho desenvolvido pela Comissão de Óbitos da Maternidade Bárbara Heliodora, que é conduzido pela médica Simone Chaves. Ele ressaltou que é um processo que deve ser encarado com muita responsabilidade e transparência, sem contaminação política, para, acima de tudo, priorizar a vida.

“Precisamos conhecer o histórico dessas mães. E para isso precisamos levantar os prontuários de todas as entradas delas aqui na unidade. E nesse sentido, todos os relatórios serão divulgados formalmente pela Comissão de Sindicância. Quero parabenizar o trabalho da doutora Simone, que vem para somar, de modo impessoal e transparente”, disse o parlamentar.

Foi relatado também aos membros da Comissão que é necessário intensificar o trabalho nas unidades de saúde de atenção básica no que diz respeito ao pré-natal. “O Ministério da Saúde recomenda sete consultas, há mães que não fazem duas consultas durante toda a gestação. Isso é muito grave”, explicou Heitor Júnior.

Para o relator da Comissão, deputado Jenilson Leite (PCdoB), a apuração vai além da consulta dos prontuários. Ele frisou que após essa fase, serão ouvidos os familiares dos bebês que foram a óbito. “É necessário ouvir os dois lados. Estamos fazendo isso com muita responsabilidade. Vamos analisar os prontuários e caso as dúvidas vão surgindo vamos anotando. Vamos chamar as mães para ouvir o que elas têm a dizer”, pontua Jenilson Leite.

De acordo com Comissão de Óbitos da Maternidade, é necessário a realização de partogramas na unidade. O partograma é uma representação gráfica da evolução do trabalho de parto. Entre os registros, é possível acompanhar os batimentos cardíacos do feto e a dilatação cervical materna. O acompanhamento é recomendado pelo Ministério da Saúde (MS) e pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
“O partograma, ele é fundamental para o auxílio do profissional que está no atendimento. Ele mostra o quadro da paciente. E não está sendo feito isso”, explicou Simone Chaves.
Após a ouvir a Comissão de Óbitos, os parlamentares pediram a instalação de fotocopiadora na unidade para copiar as informações do Cartão da Gestante. Nele estão dados como o nome da unidade onde a paciente foi atendida e os profissionais que fizeram os procedimentos.

A deputada Eliane Sinhasique (PMDB) disse que essa iniciativa simples é de fundamental importância para salvar a vida de muitos bebês e das gestantes. “Como não temos um prontuário eletrônico, é importante que seja deixado uma cópia do Cartão da Gestante aqui na unidade”, finaliza a peemedebista.

Agência Aleac
José Pinheiro