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Assembleia Legislativa do Estado do Acre

Após ouvir sindicalistas, Aleac emitirá carta de apoio pela não privatização da Eletrobras Acre

Os deputados estaduais receberam na manhã desta quinta-feira (10), em plenário, os representantes do Sindicato dos Urbanitários do Acre. Na pauta de discussão estava a privatização da Eletrobras Distribuição Acre, que assim como outras cinco distribuidoras elétricas corre o risco de ser privatizada.

Após ouvir sindicalistas e parlamentares, o presidente da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), deputado Ney Amorim (PT), assegurou que o Parlamento acreano é solidário à causa e emitirá uma carta de apoio ao movimento sindical pela não privatização da estatal.

“Pelas falas que ouvimos aqui tenho quase certeza que temos unidade quanto a este assunto. Quero me comprometer com vocês de repassar o teor desta reunião aos demais parlamentares que se encontram nas Comissões para unificarmos uma carta de apoio a este movimento de vocês”, pontuou Ney Amorim.

Ney Amorim acrescentou que será “um embaixador” na mobilização dos parlamentares federais quanto ao assunto. E determinou que o deputado Daniel Zen (PT) faça a interlocução entre o Parlamento acreano e o movimento sindical.

“Temos unidade neste debate. É um movimento que deve ser feito para mobilizar os nossos deputados federais e senadores, quero fazer também essa embaixada. O deputado Daniel Zen fará a interlocução entre a Assembleia e o movimento dos senhores na elaboração deste documento”, pontuou o deputado.

Já o presidente do Sindicato dos Urbanitários do Acre, Fernando Nascimento, disse que as experiências das companhias que foram privatizadas são desastrosas do ponto de vista social. Ele pediu o empenho dos parlamentares para manterem a empresa como estatal.

“A experiência do setor elétrico em relação às empresas que foram vendidas é que hoje a população amarga um serviço bem pior. Outro ponto importante a ser colocado por nós é a importância social para o Acre”. E alertou: “Se essa empresa for vendida, quem usufrui da tarifa social deixará de ter este benefício. Energia é qualidade de vida”, destacou o sindicalista.

Para o vereador de Rio Branco Marcelo Jucá (PSB), que apoia o movimento contra a privatização, o Estado do Acre não tem capacidade econômica de manter os benefícios sociais à população caso a Distribuidora seja privatizada.

“Que possamos dia 28, lá em Brasília, dizer que não podemos privatizar uma empresa que presta um serviço social relevante desses, que é a energia elétrica. O empresário levará o serviço para onde ele terá retorno. A maioria dos consumidores do Estado do Acre é residencial, diferente dos Estados do Pará e do Maranhão que têm indústrias”, frisou o vereador.

Corroborando com o pensamento sindical, o deputado Chagas Romão (PMDB) disse que a luta é necessária e colocou-se à disposição para levar o assunto ao conhecimento da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), uma vez que ele é membro da entidade.

“Se a empresa for privatizada, quem mais sofrerá é a população carente. Ouvindo a mensagem de vocês fica difícil privatizar. Se precisar ir a Brasília nós vamos. Eu faço parte da Unale e estou à disposição de todos. Se for preciso vamos fazer um abaixo-assinado para mobilizar os nossos deputados federais e senadores. São eles que terão força para brecar essa privatização lá em Brasília”, disse Chagas Romão.

Reforçando o discurso do colega peemedebista, Eliane Sinhasique disse que o próprio governo federal trabalha para enfraquecer as companhias de distribuição elétrica no país, ao aplicar-lhes multas absurdas por meio da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

“O próprio governo federal age de forma obscura dentro das companhias. É inadmissível que a própria agência reguladora trabalhe contra as companhias. Quem está forçando a privatização é o próprio governo federal por meio da Aneel. Tudo aquilo que seria para investir é destinado para pagar multas da Aneel. Eu sou contra a privatização”, disse a parlamentar.

Finalizando a participação dos deputados, o deputado Daniel Zen (PT), líder do governo na Aleac, disse que é contra as privatizações e acrescentou que as empresas não subsistirão caso sejam privatizadas, afetando diretamente a população.

“Esse é um tema suprapartidário, que engloba os interesses não só dos sindicatos, dos trabalhadores, mas da população em geral. Não vejo incoerência nenhuma em me manifestar contrário à privatização, porque esse é o nosso histórico”, ressalta o deputado petista.

José Pinheiro
Agência Aleac