Calegário cobra convocação da Polícia Penal e denuncia sucateamento do sistema prisional

O deputado Fagner Calegário (Podemos) usou a tribuna na sessão desta terça-feira (16), para defender a convocação dos aprovados no cadastro de reserva da Polícia Penal e expor a situação de fragilidade enfrentada pela categoria. Ele citou a história de Bruna, que iniciou o curso de formação grávida de sete meses da filha Aurora e, apenas 15 dias após o parto, retornou às aulas para não ser prejudicada. Segundo o parlamentar, mesmo após esse esforço, ela e outros candidatos permanecem sem a devida convocação. “Mais da metade dos 308 que concluíram o curso ficaram apenas na expectativa, vivendo uma frustração que precisa ser resolvida”, destacou.
Calegário disse estar preocupado com o sucateamento do sistema prisional e com a perseguição sofrida pelos profissionais. Ele criticou a ausência de representantes do governo na Aleac, mesmo com os policiais penais presentes para buscar diálogo. O parlamentar ressaltou ainda, que outras forças estão sendo convocadas para dar suporte à segurança do Estado, enquanto a categoria continua ignorada. “Essa pauta não é de deputado X ou Y, é de todos os 24 parlamentares. Muitos aqui têm segurança privada, mas quem mora na Baixada da Sobral, no Tropical ou no Conjunto Solar, está sujeito a chegar em casa e ser abordado, ter o carro tomado ou receber uma visita inesperada de criminosos”, afirmou.
O deputado lembrou que a Assembleia já foi decisiva em convocações anteriores de cadastros de reserva, como da Polícia Civil, Polícia Militar e Idaf, e pediu que a Casa assuma novamente essa responsabilidade. Ele citou que em gestões passadas a presidência do Legislativo teve papel fundamental nessa mediação e apelou para que o mesmo ocorra agora. “Não podemos permitir que uma categoria tão sensível como a Polícia Penal venha até aqui e não encontre nenhum representante do governo para dialogar. Precisamos matar no peito essa responsabilidade e dar uma resposta à sociedade”, reforçou.
Calegário ainda alertou sobre a possibilidade de novos massacres no sistema prisional, caso nada seja feito. Ele afirmou que informações repassadas pelo setor de inteligência apontam cenários preocupantes e lembrou da perda de colegas em situações anteriores. “Estamos há dias e semanas falando do que pode acontecer, e não podemos esperar para depois perguntar o que deu errado. Protocolamos na manhã de hoje, junto a outros parlamentares, um pedido para que o Ministério Público e a Defensoria nos acompanhem em uma visita à unidade prisional de Rio Branco, não para ver as condições dos detentos, mas para ouvir os colegas que lá estão arriscando a própria vida diariamente”, concluiu.
Texto: Andressa Oliveira
Foto: João Henrique