Adailton Cruz critica precarização da Saúde e cobra melhorias no Programa Opera Acre

Durante a sessão desta terça-feira (26), o deputado Adailton Cruz (PSB) fez um discurso sobre a realidade da saúde no Acre, destacando a situação dos trabalhadores e a necessidade de rever o funcionamento do Programa Opera Acre. Ele iniciou seu discurso ressaltando seu orgulho pelos profissionais de área que, segundo ele, “dão o máximo para salvar vidas”.
O parlamentar também elogiou a manifestação da deputada Antônia Sales (MDB), afirmando que sua fala retrata a realidade do setor, “livre de questões político-partidárias”, e criticou movimentos que tentam mascarar os problemas enfrentados pelo sistema.
Adailton apontou que, no Hospital Regional do Juruá, com exceção de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, a maioria dos trabalhadores recebe menos que um salário mínimo, enfrentando plantões exaustivos e retornando para casa sem condições de sustento digno. Sobre o Programa Opera Acre, destacou que a iniciativa de reduzir filas de cirurgias é louvável e deve ser fortalecida, mas frisou que sua operacionalização precisa ser revista urgentemente. “Estão expondo não só os pacientes, mas também os profissionais a realizarem procedimentos complexos sem a estrutura necessária, e o processo de regulação não está funcionando como deveria”, afirmou.
O deputado denunciou ainda, que o sistema de regulação estaria sendo conduzido com favorecimentos indevidos. “O processo de regulação está mais parecido com um processo de apadrinhamento. Se for parente ou indicado de alguém, pula a fila; se não for, segue esperando na Fundação Hospitalar pela boa vontade, que Deus tenha piedade”, disse, cobrando providências e mudanças estruturais para acabar com privilégios. Segundo ele, a prioridade deve ser fortalecer programas transparentes e justos, sem espaço para indicações políticas.
Por fim, Adailton comunicou que apresentará novos requerimentos nos próximos dias e pediu apoio dos colegas para as futuras proposições. Ele encerrou seu discurso prestando solidariedade aos trabalhadores da Saúde e relatou o caso de uma colega que, após enfrentar a linha de frente da pandemia e ser demitida, teve seu quadro de depressão agravado e acabou tirando a própria vida. “Essa colega deu a vida pela saúde, enfrentou a doença, levou para casa, lutou pelos acreanos e, recentemente, foi expurgada do sistema como se fosse lixo. Não foi ela que perdemos; foi o sistema que a tirou de nós”, lamentou.
Texto: Andressa Oliveira
Foto: Sérgio Vale