Antônia Sales defende atendimento especializado e políticas públicas permanentes para pessoas com fibromialgia

Parlamentar cobra contratação de reumatologistas, acesso digno à saúde e reconhecimento da doença como crônica e incapacitante
Durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac), nesta segunda-feira (4), de autoria do deputado Adailton Cruz (PSB), a deputada Antônia Sales (MDB) fez um pronunciamento em defesa das pessoas acometidas pela fibromialgia. Ao lado de pacientes, profissionais da saúde e representantes do poder público, a parlamentar reforçou a necessidade urgente de políticas permanentes para garantir diagnóstico, tratamento e qualidade de vida para quem convive com a síndrome.
“Essa doença, como vocês mesmos dizem, é invisível, e não é fácil. Tão invisível que até os cientistas ainda não têm um diagnóstico certo da sua origem”, afirmou. Antônia chamou atenção para a ausência de médicos reumatologistas no Juruá desde 2021, cobrando providências do governo estadual. “O que mais falta para o governo contratar? Já disseram que o concurso ainda não chamou, mas por que essa demora? Não sai mais caro pagar TFD para essas pessoas se deslocarem até Rio Branco, do que contratar o especialista para atender nas regionais?”, questionou.
A emedebista também destacou que o sofrimento causado pela fibromialgia não é apenas físico, mas também emocional, social e financeiro. “Quando está acometida com as dores, a pessoa não consegue andar, não consegue dormir. E depois da crise, parece que nada aconteceu, e por isso muitos acham que é frescura, que não é nada. Mas é porque não está neles”, desabafou, ao citar exemplos de amigas que enfrentam a doença diariamente em Cruzeiro do Sul e Rodrigues Alves.
Antônia Sales defendeu ainda que os pacientes com fibromialgia tenham direito a laudos médicos permanentes, sem precisar enfrentar filas para renovar um diagnóstico de uma doença incurável e crônica. “Como é que vocês podem pedir até um auxílio-doença se não têm um laudo definitivo? Essa doença é para a vida inteira, não tem cura. Só tem tratamento para aliviar a dor”, destacou. Ela também apontou a importância de se pensar em leis específicas para garantir apoio às associações de pacientes e políticas de flexibilização da jornada de trabalho para servidores públicos que convivem com a síndrome.
“Eu estou do lado de vocês. E não adianta dizer ‘vai para o psiquiatra ou psicólogo’, isso não vai curar dor. O que a gente precisa é garantir tratamento e dignidade. A ciência já sabe que se trata de uma dor que vem do sistema nervoso central, e precisa de atenção especializada. Então que o governo faça sua parte. Que contrate, que cuide e que olhe com humanidade para quem sofre em silêncio todos os dias”, concluiu.
Texto: Mircléia Magalhães/Agência Aleac
Foto: Sérgio Vale