Comissão de Meio Ambiente se reúne com professor Alejandro Fonseca para debater alagações no Estado
Os membros da Comissão de Legislação Agrária, Fomento, Agropecuária, Indústria e Comércio, Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), se reuniram na tarde desta quarta-feira (18) com o professor Alejandro Fonseca Duarte, da Universidade Federal do Acre (Ufac), para tratar da Vulnerabilidade Social como causa fundamental das alagações recorrentes no Estado, Amazônia Ocidental.
O professor Alejandro coordena o Grupo de Estudos e Serviços Ambientais AcreBioClima, um grupo de pesquisa dedicado ao monitoramento ambiental na procura de respostas sobre o comportamento regular do clima da Amazônia e as manifestações de eventos extremos, variabilidades e mudanças climáticas. O Grupo, desde a sua constituição, trabalha com base na cooperação interinstitucional organizada mediante a participação em rede de organismos e pesquisadores.
Os métodos empregados nas pesquisas que o grupo realiza estão relacionados com a hidrometeorologia, a radiometria solar, a deposição úmida e a energética sustentável. Conta-se com estações de monitoramento hidrometeorológico no leste do Acre, que aos pouco vão se estendendo para as regiões centrais e oeste do Estado com a contribuição do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).
Alejandro Fonseca fez uma breve explanação da pesquisa destacando ainda os prejuízos causados pelas últimas alagações. Ele falou o que pensa a respeito da ida das famílias que residem em áreas de risco para a Cidade do Povo. Para ele, retirar as famílias de suas casas não soluciona o problema.
“Instalar essas famílias na Cidade do Povo não resolve o problema. O que resolveria de fato seria reconstruir de maneira adequada as casas onde essas pessoas moram. A elevação das casas é uma boa opção, o ideal é que as pessoas atingidas pela cheia não tenham que deixar seus lares. Nada que uma engenharia moderna e uma arquitetura bem pensada não resolva”, pontuou.
Alejandro disse que após a pesquisa chegou-se à conclusão de que a mutabilidade do sistema clima e suas manifestações extremas não apontam que as chuvas no Acre sejam a causa das recorrentes alagações urbanas. As alagações são previsíveis dadas à regularidade sazonal do inverno amazônico. “Os impactos das alagações devem-se à ocupação crescente e desordenada das planícies de inundação por populações socialmente vulneráveis”, afirmou.
O presidente da Comissão, deputado Lourival Marques (PT), disse que o debate sobre o tema é valido levando em consideração os inúmeros prejuízos causados pelas cheias das águas dos rios no Estado.
“Escutamos atentamente o professor Alejandro e eu achei interessante as sugestões que ele deu na tentativa de amenizar o sofrimento das famílias que são atingidas pela alagação. Uns dos métodos empregados nessa pesquisa que o grupo realiza está relacionado com a hidrometeorologia, a radiometria solar, a deposição úmida e a energética sustentável, sugestões interessantes que com certeza merecem ser mais bem discutidas”, afirmou.
Mircléia Magalhães
Agência Aleac
Foto: Davi Sahid – Ass. Gab. dep Jonas Lima