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Assembleia Legislativa do Estado do Acre

Edvaldo Magalhães propõe homenagem a ex-governador deposto durante ditadura militar e destaca desafios na educação

O deputado Edvaldo Magalhães, usou a tribuna na sessão desta terça-feira (2) na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), para fazer uma reflexão contundente sobre a história política do estado e seus desafios contemporâneos. Em um discurso emocionado, ele ressaltou a importância de lembrar, sem comemorar, os 60 anos do golpe militar ocorrido em 31 de março, que mergulhou o Brasil em uma “noite escura de longos 21 anos de ditadura”.

“Aproveito a primeira sessão após a data fatídica que precisa ser lembrada e não comemorada”, disse o parlamentar, destacando as consequências desse período sombrio para o Acre. Ele delineou os eventos históricos que culminaram na transformação do território em estado, incluindo a eleição do primeiro governador popular, José Augusto de Araújo, que foi impedido pela ditadura militar de cumprir seu mandato.

O oposicionista anunciou ainda uma proposta de decreto legislativo para homenagear José Augusto de Araújo com uma estátua de bronze no hall da casa legislativa. “Precisamos completar essa homenagem àquele que não pôde cumprir com seu mandato. Como fizemos com Luiz Galvez, personagem da história política do Acre também homenageado por esta casa de leis  com uma estátua de bronze no hall do prédio”, enfatizou o deputado, ressaltando a importância de reparar historicamente o legado de figuras políticas importantes para o estado.

E acrescentou: “um feijoense, José Augusto de Araújo fez uma campanha extraordinária no estado do Acre, que era o “Acre para os Acreanos”, delimitando politicamente o tempo das indicações dos governadores do Território, que eram tudo indicações políticas, conforme os rumores de Rio de Janeiro e Brasília. Esse jovem foi eleito governador em uma campanha memorável. Ele tinha como principal bandeira a reforma agrária e a educação, em um momento em que o Brasil entendia que discutir reforma agrária e educação era coisa de comunista”.

Além das questões históricas, o parlamentar também abordou questões contemporâneas, como a conscientização do autismo e os desafios enfrentados na educação. O parlamentar criticou a falta de mediadores nas escolas e a burocracia enfrentada pelas famílias para acessar laudos e serviços de apoio.

“O acesso ao laudo é outra questão. E a secretaria de educação não resolve, fala sempre no gerúndio, estamos vendo, estamos analisando”, lamentou o deputado. Ele apelou à secretaria de educação para agir com mais firmeza, destacando que os processos seletivos para mediadores já ocorreram e que é necessário atender à demanda, que é um direito das crianças, jovens e suas famílias.

Ao finalizar sua intervenção, o parlamentar reiterou a importância de continuar o diálogo com a secretaria de educação para resolver os problemas enfrentados pelas pessoas com autismo no estado, destacando o papel crucial da Assembleia Legislativa como legítima representação da democracia na busca por soluções para as demandas da sociedade acreana.

Texto: Mircléia Magalhães/Agência Aleac

Foto: Sérgio Vale