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Assembleia Legislativa do Estado do Acre

Aleac entrega colares de girassol para autistas e portadores de fibromialgia, doenças renais crônicas e lúpus

Na manhã desta segunda-feira (02) a Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) promoveu uma sessão solene para realizar a entrega de colares de girassol a crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), bem como a pacientes que possuem fibromialgia, lúpus e doenças renais crônicas. A solenidade é fruto de um requerimento apresentado pelo deputado Pablo Bregense (PSD), que presidiu a sessão.

A solenidade trouxe à tona a importância de apoiar e conscientizar sobre essas condições médicas que afetam um número significativo de cidadãos. O colar de girassol, símbolo de esperança e resistência, foi entregue em um gesto simbólico que demonstrou o comprometimento da Aleac com a inclusão e a promoção da saúde.

O deputado Pablo Bregense destacou a relevância de reconhecer a força e a coragem das crianças com autismo e dos portadores de fibromialgia, lúpus e doenças renais crônicas. “Este é um momento de honrar aqueles que enfrentam desafios diários em suas vidas. Esses colares representam um gesto que vai muito além de um objeto que dá preferência a quem o utiliza, ele é a representação de amor ao próximo e de empatia”. 

O parlamentar falou também sobre a missão que decidiu ter a partir do momento em que foi eleito deputado estadual, no ano passado. “Desde o dia 1° de outubro do ano passado, eu me perguntava o porquê da minha vitória como deputado estadual, mas logo após isso, Deus me colocou exemplos de vida pelos quais tenho baseado meu trabalho de dar dignidade às pessoas. Fazer a população enxergar pessoas tidas como invisíveis e compreender o sofrimento que muitas delas passam, pois são dores imperceptíveis a quem está de fora, mas elas sentem e convivem com isso”.

Vanderli Ferreira, que participou do ato representando pessoas com doenças renais crônicas e transplantados, falou sobre a necessidade de as leis serem respeitadas. “Todos nós que estamos aqui e possuímos alguma deficiência oculta, somos sobreviventes, pois em nosso país as leis não são respeitadas. Vivemos uma realidade totalmente diferente, uma batalha diária para sobreviver. Faltam médicos para consultar, medicamentos e tratamentos adequados. Muitos não respeitam as prioridades que temos direito e os estabelecimentos precisam adotar medidas para que isso seja modificado. 

Em sua fala, Lene Queiroz, representante dos portadores de fibromialgia, expressou sua profunda gratidão ao deputado Pablo Bregense. Ela relembrou o encontro crucial em fevereiro deste ano, quando o parlamentar se mostrou sensível às causas da fibromialgia e lúpus.

“Essa reunião culminou na apresentação de um projeto de lei inovador, que incorporou essas doenças ocultas e síndromes invisíveis, incluindo-as sob o emblemático colar do girassol. Com a sanção dessa lei, todas as pessoas que enfrentam condições semelhantes finalmente terão um futuro com mais respeito e consideração nas repartições públicas, após anos de leis existentes frequentemente ignoradas. Agradeço demais ao deputado por ter sido sensível à causa e ter apresentado esse projeto de lei”, disse.

Lene também ressaltou que o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) é crucial nessa jornada. Ela destacou as dificuldades enfrentadas pelas unidades de saúde em relação ao respeito a essas condições, sublinhando a importância do “colar do girassol” como um acessório simbólico que servirá como uma ferramenta visível e acessível.

“Ao utilizar o colar do girassol junto com suas carteiras, os portadores dessas doenças ocultas terão finalmente o respeito e a visibilidade que merecem, tornando sua luta um pouco mais suportável”, complementou.

No contexto da solenidade que marcou a sanção da lei do colar do girassol, a coordenadora do Programa Autismos da Ufac, professora Rauana Batalha, enfatizou a significância do colar do girassol como um símbolo crucial para pessoas com doenças invisíveis e ocultas, como o autismo. Rauana que é autista e mãe de uma criança autista, destacou ainda a necessidade de combater a invisibilização dessas condições e a importância do símbolo para garantir atendimento prioritário, ressaltando que se trata de um direito baseado em necessidade, não um privilégio.

“O colar de girassol proporcionará o reconhecimento e a prioridade que a nossa comunidade merece. Somente nós sabemos as barreiras que enfrentamos no dia a dia, desde questionamentos em vagas de estacionamento até a invisibilidade das suas necessidades. O colar do girassol emerge como um símbolo poderoso na busca por um atendimento prioritário e essencial, oferecendo visibilidade a um grupo que há muito tempo luta por reconhecimento e inclusão. Nós estamos muito gratos e felizes por essa conquista”, disse.

O filho de Pablo Bregense, Estevão Bregense, que possui o Espectro Autista, recebeu o colar de girassol do parlamentar no centro do plenário da Aleac, representando todas as crianças que possuem a condição. Em seguida, os demais presentes também ganharam o adorno.

O girassol, conhecido por seguir a luz do sol, é uma ferramenta internacional para reconhecimento de pessoas com doenças ou transtornos ocultos. Ele foi criado há aproximadamente seis anos, em Londres, na Inglaterra. O intuito do objeto é assegurar assistência e segurança a pessoas com deficiência durante viagens, passeios e compras, indicando nos estabelecimentos, que a pessoa portadora do acessório pode necessitar de suporte especial.

Texto: Andressa Oliveira/ Mircléia Magalhães

Fotos: Ismael Medeiros