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Assembleia Legislativa do Estado do Acre

Servidores públicos que cobram do governo realinhamento salarial são recebidos no plenário

A pedido do deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), a presidente em exercício da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), deputada Maria Antônia (Progressistas), suspendeu a sessão desta quinta-feira (20), para receber servidores públicos de diversos setores que cobram do Executivo estadual o realinhamento salarial. São servidores que precisam receber complementação salarial para chegar ao valor de um salário mínimo. Além destes trabalhadores, os deputados receberam os engenheiros que tem greve anunciada para a próxima segunda-feira (24). Eles também reivindicam revisão salarial.

A servidora Rosa Avelino, por exemplo, que falou representando as secretarias indiretas, ressaltou que possui 40 anos no serviço público, mas recebe apenas R$ 1559,01. Ela pede que os parlamentares os ajudem a se aposentar com um salário digno.

“Somos tratados como irregulares, entrei no serviço público em 1983, são quase 40 anos trabalhando em prol do Estado e servindo. Quero me aposentar com um salário digno, pois recebo apenas R$ 1559,02, não dá para não decorar esse valor. Tem gente que já morreu, tem servidor sendo afastado pois não quer aposentar e receber um valor tão injusto. Por favor, nos ajudem!” Pediu

Já o servidor público João Neto, que falou representando as secretarias diretas, pontuou que possui 37 anos no serviço público, mas não consegue manter sua casa apenas com a renda do governo.
“Nosso intuito é pedir apoio a vocês sobre nosso realinhamento salarial. Tenho 37 anos de serviço, duas faculdades, não sou contra a chegada de cargos comissionados, mas é um absurdo um servidor com tanto tempo ganhe uma média de R$2 mil. Essa é a nossa realidade. Espero que sejamos ouvidos. Precisamos do apoio de vocês”, disse.

Em sua fala, o presidente do Sindicato dos Engenheiros do Acre (Senge), Cláudio Mota, disse que as reivindicações apresentadas ao Poder Executivo são poucas diante daquilo que os cofres públicos pagam para os secretários de Estado, por exemplo. “Não estamos aqui pleiteando absurdo não. A gente custa para a folha salarial do Acre 1,8%, com perda salarial de mais de 50%. Nós servidores públicos precisamos nos unir”, disse o sindicalista.

O Sindicato dos Engenheiros do Acre compreende as categorias dos engenheiros, agrônomos, arquitetos, médicos veterinários, zootecnistas, geólogos, geógrafos, tecnólogos e auditores fiscais agropecuários.

A líder do governo na Aleac, deputada Dra. Michelle Mello (PDT), se solidarizou com os servidores públicos e reafirmou seu compromisso com a causa. “Fizemos um pacto durante uma reunião realizada ontem e nós, os 24 deputados, estamos com vocês até o fim nessa luta. Acredito que o governo precisa ouvi-los, estamos falando de servidores que ajudam a sustentar esse Estado, porque a gente sabe que entra governo e sai governo, entra secretaria e sai secretaria, mas, os servidores públicos ficam”, enfatizou.

O líder da oposição no parlamento acreano, deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), disse que o clamor dos servidores públicos exige não apenas solidariedade, mas, atitudes por parte do Legislativo e do Executivo.

“Tem várias formas de resolver essa situação, a primeira delas, é quando for discutir a tabelinha, é preciso garantir as progressões do tempo de serviço e da formação das pessoas. Esse é um debate que vamos ter que travar aqui quando chegar a mensagem governamental, porque ela pode chegar congelando todo mundo no salário mínimo, aí não dá. O outro ponto é com relação aos companheiros da Lei Cartaxo. O debate sobre esse assunto precisa ser honesto, sincero e transparente porque nós não podemos ser contra as pessoas que já conquistaram e estão lutando para não perder os seus ganhos, e nem contra aqueles que ainda estão lutando para conquistá-los. Não saiam desta Casa na próxima terça e na quarta-feira porque a vida de vocês vai estar sendo resolvida na terça ou na quarta”, disse Edvaldo Magalhães.

A presidente em exercício da Aleac, deputada Maria Antônia, encerrou a reunião pedindo a sensibilidade do governo do Estado às reivindicações dos servidores. “A gente sabe que esse é um problema que se alonga por muitos anos, de outros governos. Peço então que o governador Gladson seja sensível a esta causa, que possa resolver essa situação. Hoje, tivemos a oportunidade de ouvir muitos servidores que estão se sentindo prejudicados com a baixa dos seus salários. Peço que o governo do Estado repense sobre o assunto”, disse.

Texto: Mircléia Magalhães e Andressa Oliveira

Agência Aleac

Fotos: João Simão