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Assembleia Legislativa do Estado do Acre

Líder do governo na Aleac promove reunião para debater PL que cria Instituto de Gestão de Saúde do Acre

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Na tarde desta segunda-feira (10) foi realizada uma reunião para discutir o Projeto de Lei de autoria do Poder Executivo que prevê a criação do Instituto de Gestão de Saúde do Acre. O encontro foi solicitado pelo líder do governo na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), deputado Gehlen Diniz (PP) e contou com a presença de representantes da Procuradoria Geral do Estado (PGE), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e de sindicalistas.

Gehlen Diniz pontuou que a reunião foi marcada para que fossem discutidas e esclarecidas todas as dúvidas acerca da proposta de alteração da Lei do Pró-Saúde n° 2031/2008, que cria o Instituto de Gestão de Saúde do Acre. Sobre o documento ainda não ter chegado ao Poder Legislativo, o parlamentar alegou que isso não impede que sejam dadas sugestões e, caso acatadas, as mesmas podem ser incluídas ao texto da matéria.

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“Nós convocamos essa reunião para discutir esse projeto que ainda não chegou e, inclusive, recebemos críticas por abordarmos sobre algo que ainda não está aqui, mas isso não é ruim, ruim é não discutir. Possíveis alterações já podem ser propostas e se acatadas ele já vem com elas.  Esse é um problema que tem que ser enfrentado, a Saúde Pública do Acre necessita de uma melhora urgente”, ressaltou.

Diniz acrescentou que após um ano de governo se fez necessário mexer na lei que criou o Pró-Saúde, pois a mesma foi feita de forma irregular pela gestão passada, o que acarretou na ação proposta pelo Ministério Público do Estado para que os servidores do programa fossem demitidos. Ele pontuou que a atual gestão está apenas corrigindo as falhas da lei anterior e que os servidores efetivos que não quiserem ser regidos pelo Instituto, caso o PL seja aprovado, podem pedir para ser lotados em outras unidades, uma vez que apenas algumas serão administradas pelo mesmo.

“O governo está promovendo correções na lei do Pró-Saúde e este Órgão que está sendo criado vai gerir a saúde em algumas unidades, não é em todo o Acre. Nós temos que primeiro ver se vai ter eficácia, se tiver aí, sim, podemos estender para outras unidades. Ninguém que é efetivo é obrigado a permanecer regido pelo Instituto, pode pedir para ser lotado em outro lugar. A carga horária também permanece a mesma. Pela manhã, os sindicatos estavam dizendo que as pessoas irão trabalhar 10h de graça, isso é uma asneira, um líder sindical que diz uma coisa dessas não tem a menor condição de representar uma categoria”, afirmou.

O diretor administrativo do Pró-Saúde, Carlos Batista, garantiu que a criação do Instituto não terceiriza a saúde do Estado. “Esse projeto não se trata de uma terceirização, isso está muito claro na proposta, pelo contrário, a gente está regularizando uma possível terceirização que existia no Pró-Saúde anteriormente. Estamos apenas adaptando uma Lei de 2008 para que o instituto possa gerir algumas unidades hospitalares do Estado”, explicou.

Para o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), não faz sentido debater um projeto que ainda nem deu entrada na Assembleia Legislativa. “Já houve reuniões a respeito do tema, mas ninguém até agora apresentou a proposta. Nos reunimos com os sindicatos pela manhã e agora, nós vamos participar de uma reunião sobre uma matéria que nem tomamos conhecimento. Ou seja, estamos diante de mais uma fraude legislativa. Qual é o conteúdo desse projeto? Não tem um deputado que possa dizer: eu recebi essa proposta. O projeto por ele é de freira, todo mundo sabe que existe, mas ninguém consegue ver”, disse o oposicionista.

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A secretária geral do Sintesac, Alesta Costa, alegou que a categoria não foi consultada e que quer conhecer a proposta do executivo que cria o instituto. “O governo apresentou uma proposta de criação do Instituto que vai gerenciar a saúde. No nosso entendimento, o instituto vem para terceirizar a saúde do estado, e nós somos contra desde a gestão passada. Isso não pode acontecer, nós iremos lutar contra isso”, enfatizou.

No decorrer da reunião uma cópia da Lei foi entregue aos presentes que puderam ler o texto e fazer perguntas ao procurador-geral adjunto da PGE, Leonardo Silva. O Projeto de Lei deve ser votado durante sessão da próxima quarta-feira (11).

Andressa Oliveira/ Mircléia Magalhães (Agência Aleac)