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Assembleia Legislativa do Estado do Acre

Presidente da Aleac suspende sessão para dialogar com servidores da saúde

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Após o grande expediente desta terça-feira (10), o presidente em exercício da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), deputado Jenilson Leite (PSB), suspendeu a sessão para receber no centro do plenário, os líderes sindicais que se manifestavam na galeria Marina Silva contra a criação do Instituto de Saúde do Acre proposta pelo governo do Estado.

De acordo com o Executivo, o projeto tem o objetivo de regularizar a situação de mais de mil servidores do Pró-Saúde que estão ameaçados de demissão. Para os sindicatos, a proposta na verdade terceiriza a saúde pública do Estado. “A organização dos servidores do Pró-Saúde com a criação do Instituto, é mentira. O Pró-Saúde é uma coisa e o Instituto é outra”, exclamou um servidor.

Ao dar início à reunião, o deputado Jenilson Leite disse que o governo do Estado não se cansa de desrespeitar o trabalhador. “Mais um projeto polêmico que chegará em cima da hora para ser votado nesta casa, isso é um desrespeito com o servidor. Nós estamos falando da saúde pública, um dos setores mais importantes do Estado. Infelizmente, o governador está tentando um novo atropelo nesta casa não colocando a matéria ao conhecimento dos trabalhadores. Isso nós não podemos permitir”, disse.

A diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Acre (Sintesac), Alesta Amâncio, pontuou durante a reunião que o grupo quer saber o que está escrito no projeto, o que vai ser apresentado e votado no Poder Legislativo. Disse ainda lamentar que a classe tenha ajudado a eleger o atual governo e agora está sendo tratada de forma desrespeitosa.

“Mais uma vez estamos aqui para discutir terceirização. Nós já passamos mais de três dias com cara pintada nesse prédio. Graças ao nosso esforço a matéria não foi aprovada e agora mais uma vez lutamos e pedimos o apoio dos parlamentares. Votamos no Gladson porque não aguentávamos mais, não havia nem mesmo seringa nos hospitais, a situação era precária. Não é justo que agora ele esteja cometendo os mesmos erros da gestão passada. Nós não elegemos esse governador para vê-lo governando igual ao anterior. Estão tratando a Saúde de qualquer forma e essa é uma área que trata de vidas”, protestou.

O líder do governo na Aleac, deputado Gehlen Diniz (PP), informou que foi procurado pelo ex-deputado Raimundinho da Saúde e durante uma conversa ficou acordado que seria feita uma reunião na tarde de hoje, às 15 horas, e que, portanto, ele foi pego de surpresa na reunião durante a manhã.

“Foi combinada uma reunião para hoje, às 15 horas, inclusive, com a presença de um procurador geral que vai explicar o projeto e tirar dúvidas também. Sobre essa reunião de agora fui pego de surpresa. Quanto as afirmações do deputado Edvaldo Magalhães, de que o PL nem está aqui e já estamos debatendo sobre ele, ora, quanto mais debatermos melhor”, rebateu.

Já o presidente da Comissão de Serviço Público da Aleac, deputado Edvaldo Magalhães (PC do B), adiantou que não fugirá do debate. “Não podemos deslegitimar o que tem legitimidade. Hoje temos a presença de vários sindicatos nesta casa e eles já mostraram que gostam de debater de maneira firme, a Reforma da Previdência é um exemplo disso. Desta vez não faremos diferente, estamos tratando das vidas das pessoas, de um sistema de saúde. O governo não pode esconder suas posições, o projeto já tinha que estar aqui, escancarado na mão de todos os deputados, mas não está. É por este motivo que a mobilização dos servidores é fundamental contra mais um golpe”, enfatizou.

Texto: Mircléia Magalhães e Andressa Oliveira
Revisão: Suzame Freitas
Foto: Raimundo Afonso
Agência Aleac