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Assembleia Legislativa do Estado do Acre

“Aqui é a casa do povo. Infelizmente, hoje, os donos da casa foram impedidos de entrar“, afirma deputado Daniel Zen


O líder do PT na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), deputado Daniel Zen, em seu discurso durante sessão desta terça-feira (26) disse que o Poder Legislativo acreano escreveu hoje um péssimo capítulo em sua história. O parlamentar se referiu à votação da reforma da Previdência no Estado e protestou contra a proibição da entrada dos manifestantes no prédio.

“Infelizmente estamos escrevendo uma história ruim hoje, um mal capítulo na história deste parlamento que está prestes a completar 54 anos, com 15 legislaturas, que teve deputados cassados, situações muito ruins do ponto de vista do Estado Democrático de Direito e mesmo assim resistiu. Aqui é casa do povo, da democracia, onde estão os representantes do povo, mas, infelizmente, os donos da casa foram impedidos de entrar”, lamentou.

Daniel Zen disse que adotar procedimentos de segurança é aceitável, fazendo revistas e usando detector de metais, mas impedir a entrada dos trabalhadores na Aleac foi uma atitude autoritária e antidemocrática. Falou também que a medida não combina com o presidente do Poder Legislativo, deputado Nicolau Júnior (PP), a quem ele classificou como uma pessoa pacata.

“Esse autoritarismo nem cabe na sua pessoa, senhor presidente, alguém por quem tenho elevada consideração. Não se deixe levar pelos encantos do Palácio Rio Branco, o senhor é o presidente da Aleac e não o governador. Polícia Militar, grade, o que é isso? Vamos seguir agora no mesmo caminho da presidência da República? Vamos fazer igual no Acre? É esse o exemplo que vamos seguir, da repressão, retaliação e impedimento da democracia?”, indagou.

O petista afirmou estar envergonhado com toda a situação. Quanto a reforma da Previdência, ele pontuou que passaram semanas debatendo e apresentando propostas para torná-la menos ruim e disse que o que estão fazendo com os trabalhadores é cruel e desumano.

“As propostas que apresentamos não foram acatadas, acataram apenas a perfumaria, o que foi posto de propósito para tirar depois e alegar que o governo é democrático. Os grandes direitos dos trabalhadores estão sendo retirados hoje, estão fingindo uma democracia que não existe. Das minhas cinco emendas, meia foi acatada. Não tem como apoiar uma coisa dessas. Não permitem a presença do povo, um debate verdadeiro, estão num faz de conta. Esses são os governos das mudanças, o do Bolsonaro e o do Gladson Cameli, um tão antidemocrático quanto o outro. Tiram dos pobres, dos mais frágeis para dar a quem já tem muito. Pros ricos, tudo, para os pobres, o que sobrar. Ainda bem que governos passam e esse também passará”, finalizou.

Texto: Andressa Oliveira
Revisão: Suzame Freitas
Foto: Raimundo Afonso
Agência Aleac