Jenilson Leite pede que Gladson Cameli resolva situação de produtores multados pelo IMAC

O deputado Jenilson Leite (PSB) usou a tribuna da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), na sessão desta terça-feira (3), para denunciar que mais de 40 produtores da zona rural de Tarauacá foram multados, individualmente, pelo Instituto de Meio Ambiente do Acre (IMAC) por realizarem queimadas em suas terras. Segundo o parlamentar, os trabalhadores teriam sido “incentivados” pelo governador Gladson Cameli (PP).
Lendo a declaração do governador que foi publicada pelo jornal Folha de São Paulo, Jenilson destacou que Gladson Cameli afirmou que ninguém pagasse multas: “ Quem está mandando agora sou eu”. Ele cobrou mais responsabilidade do chefe do Executivo.
“Dito isso pelo comandante do estado, os produtores compraram motosserras, machados e derrubaram muitas áreas. Um exemplo disso ocorreu em Tarauacá, entre outros municípios. Ontem recebi reclamação dos trabalhadores rurais que disseram que o IMAC na semana passada multou mais de 40 pessoas. A menor multa é de R$ 45 mil. E aí governador, as pessoas vão pagar ou não? ”, questionou.
O deputado salientou que todo governante deve ter consciência do que está falando e cobrou providências do governo. “Quando você representa o governo, deve ter consciência do que fala. Isso aqui é uma demonstração disso. Resolva essas multas, governador”, afirmou.
O parlamentar também comentou sobre o incêndio ocorrido no terreno de 10 hectares onde moram cerca de dez famílias indígenas da etnia Huni Kuin, também conhecida como Kaxinawá. O fogo destruiu mais de 50% da área que abriga o Centro Huwã Karu Yuxibu, que é voltado para o fortalecimento da identidade cultural indígena do povo Huni Kuin.
“Esse incêndio também entra para a conta do incentivo à derrubada. O fogo queimou praticamente tudo. O representante de um Estado, um país, precisa ter responsabilidade com o que diz. Esse projeto indígena que foi assolado pelo fogo era essencial na revitalização cultural indígena e, infelizmente, foi destruído”, disse.
Texto: Mircléia
Magalhães
Revisão: Suzame Freitas
Foto: Raimundo Afonso
Agência Aleac