Deputado Jesus Sérgio destaca reunião com defensora-geral do Estado sobre situação de Tarauacá

O deputado Jesus Sérgio (PDT) relatou durante a sessão desta quarta-feira (4) a visita que fez na última terça-feira (3) à Defensoria Pública do Acre (DPE) em busca de informações quanto à convocação de novos defensores para atender a regional de Tarauacá. O parlamentar cita que a defensora-geral, Roberta de Paula Caminha, assegurou que até março de 2018 Tarauacá terá um defensor próprio, com a convocação de 15 profissionais aprovados no último concurso.
“Ontem (3) pela tarde visitamos a Defensoria Pública Estadual para tratar acerca da situação de Tarauacá, que está há quase três anos sem defensor público. Fomos recebidos pela nobre defensora-geral, Roberta Caminha. Ela disse que até março do ano que vem serão contratados 15 novos defensores e Tarauacá terá um defensor. Ela falou também da sede que será construída através de uma emenda parlamentar. Ficamos felizes com essa notícia”, disse ele.
O deputado pedetista falou ainda sobre a situação do INSS em Tarauacá. Disse que o único médico responsável por realizar as perícias no município foi transferido para Feijó, e como agravante, foram retiradas as diárias para que este pudesse prestar atendimento no município vizinho. Ele pediu a união da bancada acreana para rever isso junto ao Ministério da Previdência. “Não são mais pagas as diárias para ele, o governo federal cortou. Vou realizar uma visita ao local e elaborar um documento para os deputados federais para que intercedam em Brasília quanto a esse assunto. As pessoas estão sendo prejudicadas”, pontua.
Jesus Sérgio foi duro ao referir-se à política econômica do Acre, principalmente no que diz respeito ao setor produtivo. Ele frisou que a falta de assistência técnica tem impossibilitado os agricultores de terem acesso ao crédito junto aos bancos.
“Me reuni com o superintendente do Banco da Amazônia no Acre e ele dizia: ‘não tem como o banco levar dinheiro para os municípios sem assistência técnica’. Venho pedindo ao governo desde 2015 para que coloque técnicos nos municípios. Mas o governo não faz nada. Parece que entra por um ouvido e sai por outro”, pontua.
Ainda em seu pronunciamento, o parlamentar acrescentou que se nada for feito para melhorar a produção agrícola o Acre viverá um novo êxodo rural. Ele disse que a violência no Acre com mais de 200 mortes em 10 meses é mais ‘assustadora’ que o atentado realizado durante um show em Nova Iorque em que mais de 59 pessoas morreram.
“Se a imprensa mundial viesse para o Acre ia ficar estarrecida. Em 10 meses houve mais de 250 assassinatos. Nem quem está estudando aqui, que tem sei lá quantos cursos, consegue uma oportunidade. Imagine uma pessoa que veio do seringal, vai trabalhar em quê? O governo tem pensado nessas pessoas? Acredito que não”, ressaltou.
Finalizando, o deputado disse que traria uma venda para colocar nos lábios ao referir-se às escolas rurais. Lamentou que o secretário de Estado de Educação, Marco Brandão, não o tenha recebido para tratar do assunto e finalizou dizendo que poderá deixar a base, uma vez que não é valorizado.
“Semana passada falei da situação das escolas. Eu vou trazer uma venda para cá e calar a minha boca. Sempre tenho defendido o secretário de Estado de Educação, mas hoje faço uma crítica. Na minha cabeça não entra a ideia de que o secretário não tem um dia para fazer uma agenda com um deputado. O deputado Daniel Zen prometeu quando era secretário de Educação construir escolas nas áreas indígenas, prometeu. Certamente não precisam de mim como deputado. Eu faço a reivindicação para ver se melhora alguma coisa. Se acham que um deputado da base do governo não serve, eu procuro outro caminho”, acrescentou.
José Pinheiro
Agência Aleac