Assembleia Legislativa do Estado do Acre

Edvaldo Magalhães critica crise no sistema penitenciário e pede mediação da Aleac entre governo e policiais penais

Em pronunciamento na sessão desta terça-feira (16), na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), denunciou a falta de diálogo do governo com a categoria dos policiais penais e pediu que a mesa diretora da Aleac assuma o papel de mediadora para buscar uma saída para o impasse.

O parlamentar lembrou que a realização do último concurso só foi possível após um termo de ajustamento de conduta firmado com o Ministério Público, que já apontava, à época, a necessidade de pelo menos 450 novos servidores para suprir o déficit no sistema. Segundo ele, mesmo com o curso de formação realizado, a convocação feita até agora foi frustrante diante da real necessidade.

“Essa crise não é nova, mas precisa ser levada a sério por esta Casa. Hoje temos profissionais adoecidos, pressionados pelo excesso de banco de horas, enfrentando problemas psicológicos, e até casos de suicídio. E, em vez de diálogo, o governo fecha as portas e persegue a organização dos trabalhadores”, criticou.

O oposicionista fez questão de rebater a imagem de que a atual gestão estaria aberta ao diálogo com os servidores. “Essa história de que o governador Gladson é um governador democrático é para inglês ver. É de mentirinha. Na hora que toma birra, ele fecha o diálogo, não conversa e ainda persegue a categoria”, afirmou.

Ele também contestou notícias que tentaram atribuir responsabilidade das recentes fugas de presos aos policiais penais. “Tentar colocar nas costas de vocês essa responsabilidade é de uma covardia, de um mau-caratismo e de uma ausência de solidariedade jamais vista. Não se pode enfrentar uma crise desmoralizando quem arrisca a vida todos os dias para segurar um sistema falido”, reforçou.

Para o parlamentar, o crime se modernizou, enquanto o sistema penitenciário acreano permanece “na idade da pedra”. Ele alertou que a crise ultrapassa o campo da segurança pública e afeta diretamente a sociedade e a política do Estado.

Diante do cenário, Magalhães fez um apelo direto ao presidente da Aleac, deputado Nicolau Júnior, para que a Assembleia se coloque como interlocutora do processo. “Não há hoje ambiente para o sindicato negociar com os truculentos do governo. Mas se esta Casa assumir a responsabilidade, haverá ouvidos. Tenho certeza de que, se o presidente Nicolau Júnior conduzir a mediação, avançaremos na construção de um entendimento. A sociedade é quem precisa desse fortalecimento”, concluiu.

Texto: Mircléia Magalhães/Agência Aleac

Foto: João Henrique