Fagner Calegário cobra investigação na saúde e denuncia falta de eficiência da gestão da Sesacre

Durante a sessão ordinária desta quarta-feira, 21, na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o deputado Fagner Calegário (Podemos) fez um duro pronunciamento contra a atual gestão da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), cobrando providências diante do que classificou como sucessivas falhas e casos graves envolvendo o sistema de saúde pública do estado.
O parlamentar iniciou sua fala citando o juramento médico, destacando o compromisso dos profissionais da saúde com a vida humana. “O que me chama a atenção é que no juramento fala ‘guardarei o máximo respeito pela vida humana’. E aí eu não estou mais somente falando do caso de ontem que nós abordamos aqui na tribuna do garotinho de onze anos que veio a óbito”, disse, referindo-se a episódios recentes envolvendo a morte de pacientes e supostas negligências médicas.
Ele destacou o caso de duas jovens que vieram a óbito, uma de 25 e outra de 27 anos, ambas de Manoel Urbano, além de Maria Daiane Souza, de Feijó, também de 25 anos. O deputado afirmou que esses não são casos isolados e exigem uma apuração rigorosa. “Nós não podemos normalizar, não podemos fazer de conta que foi apenas mais um ciclo que se encerrou”, afirmou, apoiando requerimento apresentado pelo deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) que pede o encaminhamento das denúncias ao Ministério Público.
Calegário também abordou o princípio da eficiência previsto no artigo 37 da Constituição Federal, questionando a gestão da Sesacre. “Cadê a eficiência dessa gestão? ”, indagou, ao citar a interdição de uma estrada em Feijó, onde moradores exibiram faixas com dizeres como “Fora secretário”.
O deputado denunciou ainda a suposta proteção a aliados políticos dentro da estrutura da saúde estadual. Ele citou o caso do enfermeiro Salun Saad Gomes de Matos, que, segundo ele, foi remanejado para a ouvidoria do SUS mesmo sendo alvo de denúncia por assédio moral. “Para os amigos do rei, as benesses da corte. O pau que bate em Chico não bateu em Francisco”, criticou.
Encerrando sua fala, o parlamentar alertou para a necessidade de investigação sobre programas e contratos mantidos pela Sesacre, mencionando nominalmente o “Programa Join” e a empresa “Tremem”. “Deixo aqui as cenas dos próximos capítulos”, concluiu.
Texto: Mircléia Magalhães/Agência Aleac
Foto: Sérgio Vale