Assembleia Legislativa do Estado do Acre

Daniel Zen diz que proposta do governo traz mais prejuízos do que ganhos a servidores em Educação

 

 

Em pronunciamento na sessão desta quarta-feira (16), o líder do Partido dos Trabalhadores na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), deputado Daniel Zen, disse que a proposta de reajuste salarial de 5,42% e o auxílio alimentação anunciado pelo governo do Estado significam um “retrocesso” para os trabalhadores em Educação do Acre.

“Mesmo depois da resposta do Tribunal de Contas, o governo resolveu aplicar o percentual de 33,24% do piso nacional do magistério apenas para referência inicial da tabela de professor com formação de nível médio. Na tabela de professor de nível superior esse percentual caiu para 26,55% na letra A e seguiu caindo até chegar em 8,99% na letra J, que é a última letra da tabela salarial do professor com nível superior. Se for considerado o valor do auxílio alimentação que é fixo, no valor de R$ 420, essa distorção entre quem está no início da carreira e no final é maior ainda. Porque o incremento salarial de quem está na letra A ele seria 44,03%, até considerável se a gente pensar assim. Mas ela chega lá no final, na letra J com 17,77%, sem contar que tem pouquíssimos servidores na letra A, ou seja, pouquíssimas pessoas se beneficiaram desse reajuste mais robusto de 44%, a maioria vai diminuindo o valor deste reajuste até chegar lá na letra J”, explicou o parlamentar.

Ainda segundo o parlamentar, não há lógica nenhuma na proposta anunciada pelo governo e que a mesma traz mais prejuízos do que ganhos à categoria.

“Se essa proposta do governo que sequer foi apresentada oficialmente ao sindicato dos professores for aprovada nesta Casa no formato que está hoje, a diferença do salário de início de carreira de um professor P1 de nível médio para um professor P2 de nível superior, que hoje é de 39%, cai para 5%. E a diferença do salário de início de carreira de um professor de nível superior para o salário dele no final da carreira que hoje é de 90%, cai para 60%. Ou seja, estamos falando de uma proposta mal elaborada que não traz ganho nenhum para os professores. Pelo contrário, só prejudica os servidores em educação do Estado”, complementou.

Daniel Zen apresentou, ainda, uma moção de repúdio contra a pré-candidata ao Senado, Marcia Bittar, que afirmou que nas escolas os professores estão ensinando as crianças e adolescentes que práticas como a zoofilia e a pedofilia são normais.

“Olha que absurdo. Gente, fui secretário de Educação, o que essas pessoas falam sobre ideologia de gênero nunca existiu e nunca existirá. O que essas pessoas dizem que fazemos nas escolas é um absurdo. O que os professores fazem é orientar as nossas crianças para que elas saibam identificar uma situação que eventualmente elas estejam sendo vítimas de abuso ou de violência doméstica, de abuso sexual que, muitas vezes, são praticados pelos próprios pais. É isso que os nossos professores fazem nas escolas, é proteger nossas crianças. O que essa senhora falou são ideias malucas e deturpadas. Essa coisa que ela acusou nossos professores de fazer deve habitar os escárnios mais sombrios da mente doentia dela, só pode ser”, enfatizou.

Texto: Mircléia Magalhães/Agência Aleac

Revisão: Suzame Freitas