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Assembleia Legislativa do Estado do Acre

Aleac promove audiência pública para tratar sobre reivindicações da PM e Corpo de Bombeiros

 

A Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) promoveu na manhã desta terça-feira (15), uma audiência pública para tratar sobre a isonomia salarial da Polícia Militar com a Polícia Civil. A reunião foi conduzida pelo deputado Edvaldo Magalhães e contou com a presença de representantes da PM, Bombeiros e de parlamentares das comissões de Constituição e Justiça, Serviço Público, Trabalho e Municipalismo e a de Orçamento e Finanças.

Edvaldo Magalhães pontuou que abrir as portas do parlamento acreano para ouvir os policiais significa dar mais visibilidade às reivindicações apresentadas por eles. Disse, ainda, que o governo não pode se esconder atrás de falsos argumentos para não cumprir a promessa feita com os militares.

“A ideia aqui é escutar todas as entidades, o governo e o parlamento e, ao final, indicar o melhor encaminhamento. Vocês conseguiram algo inédito e está unificada a luta e as bandeiras. Na política, às vezes, tem muita displicência e enrolação, vocês estão num momento delicado e o governo não pode querer se esconder atrás de falsos argumentos. Precisamos dar visibilidade a essa bandeira e eu parabenizo todos os deputados que têm defendido isso, mas daqui há duas semanas as decisões já precisam ter sido tomadas”, observou.

O sargento Kalil Moraes, presidente da Associação dos Militares do Acre, frisou que a pauta defendida pela corporação já se arrasta desde 2015 e foi inclusive uma das principais promessas de campanha do atual governo. Ressaltou também que, diferente do que afirmam, o salário da PM no Estado não é um dos melhores do país.

“O atual governador firmou como compromisso de campanha que traria a isonomia salarial da PM. Pregam que temos um dos melhores salários do país, mas não é bem assim, as demais forças de segurança têm uma progressão a cada três anos com reajuste salarial, mas após o último governo houve um salto que nos deixou para trás. Fomos enganados pelo ex-governador Tião Viana e apoiamos o atual governo com a promessa de que esse erro seria corrigido. Estamos há menos de 20 dias para encerrar qualquer tratativa financeira por conta da lei eleitoral e precisamos resolver isso agora”, observou.

O cabo Diego Costa, que falou representando a Associação do Corpo de Bombeiros, disse que os policiais entendem que a Polícia Civil ganhe bem, entretanto, a diferença nos salários desvaloriza o trabalho de bombeiros e PM’s e gera conflito entre as classes.

“Inicio falando da nossa sonhada isonomia, entendemos que os irmãos da Polícia Civil ganhem bem, porém, essa diferença exorbitante nos salários não pode existir, pois gera um conflito entre as classes. Nós militares somos formados na hierarquia e disciplina, por isso acabamos deixando os problemas de lado para cumprir a missão do nosso serviço diário. Mesmo durante a pandemia nós nos arriscamos nas ruas para manter a segurança. Merecemos a conquista dos nossos direitos e reconhecimento salarial”, pontuou.

Em sua fala, Ricardo Brandão, secretário de Planejamento e Gestão (Seplag) frisou os obstáculos que o governador Gladson Cameli (Progressistas) encontrou para cumprir as promessas que fez aos militares ainda durante a campanha.

“O governador fez promessas, enquanto candidato, sem conhecer a realidade do Estado. Uma vez eleito, se esbarrou com um dos obstáculos que para nós é um dos principais, a Lei de Responsabilidade Fiscal. Por isso, a Equiparação Salarial e a Concessão de Titulação ainda não foram resolvidas”, disse o gestor.

Brandão disse, ainda, que o governo do Estado não deixou, em momento nenhum, de olhar para as condições dos policiais militares e dos bombeiros militares do Estado.

“Ainda estamos buscando uma solução para as reivindicações da categoria, e brevemente essa Casa vai precisar nos ajudar. O problema está na capacidade de arrecadação desse Estado, e nós precisamos resolver isso juntos”, complementou o secretário.

O deputado Cadmiel Bomfim (PSDB), que também é sargento da PM, lembrou que a promessa do governador Gladson Cameli foi a ‘isonomia entre as forças’.

“Ele prometeu aos militares a isonomia salarial entre as forças de segurança pública e depois a nossa titulação que até hoje não saiu. Por isso, essa audiência de hoje. Tentamos ajudar a todo custo o governador a cumprir o que ele prometeu, mas obtivemos outras negativas. Por essa razão, os ânimos dos militares se exaltaram, a tropa que já estava insatisfeita se revoltou de vez”, enfatizou.

Bomfim destacou, ainda, que a revolta dos militares ficou mais acentuada depois que a Procuradoria Geral do Estado (PGE) barrou uma proposta de criação de uma gratificação para a categoria, sugerida pelo próprio governador, para substituir a Titulação que ele prometeu ainda durante a campanha eleitoral de 2018 e que foi desaconselhada pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado).

Ao final da audiência ficou pontuado que os parlamentares irão sugerir ao governo os encaminhamentos propostos pelos militares, por meio de uma emenda coletiva.

Andressa Oliveira/ Mircléia Magalhães

Revisão: Suzame Freitas

Agência Aleac