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Assembleia Legislativa do Estado do Acre

Secretário Frank Lima é sabatinado em Comissão Especial de Acompanhamento da Covid-19

A Comissão Especial de Acompanhamento da Covid-19 realizou uma reunião remota na manhã desta segunda-feira (22), com a participação do secretário municipal de Saúde, Frank Lima. Na oportunidade, o gestor respondeu a vários questionamentos dos deputados estaduais. Frisou que a Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco tem cumprido fielmente com os protocolos do Ministério da Saúde com relação à vacinação.

“Temos cumprido fielmente o protocolo, o próprio Ministério Público reconheceu isso. Os responsáveis pelas listas de quem foi vacinado são os diretores das unidades de saúde. Eles nos enviam a lista de quem será imunizado, a indicação é que sejam filtrados aqueles que de fato estão na linha de frente no combate ao coronavírus”, explicou.

Em seguida, os parlamentares questionaram o secretário sobre o fato de em Rio Branco  a campanha de vacinação estar lenta. “Sobre a questão da vacinação lenta, isso não é verdade. Recebemos inicialmente 10 mil doses de vacinas destinadas para um público alvo, que eram os profissionais de saúde, então tínhamos que imunizar nos locais de trabalho e isso não se faz de forma tão rápida. Só no PS são 1.900 profissionais de saúde, isso contando com médicos, enfermeiros, pessoal de apoio. Rio Branco recebeu até hoje 23 mil vacinas e já aplicamos 21 mil na primeira dose, terminamos de vacinar o pessoal da saúde pública e iniciamos na rede privada”, enfatizou Frank Lima.

Em resposta ao deputado Daniel Zen (PT), membro da Comissão de Acompanhamento às Ações de Enfrentamento à Covid-19, o secretário de Saúde de Rio Branco, Frank Lima, disse que a Prefeitura tem 123 vacinadores, com possibilidade de se fazer até 15 mil aplicações diárias, mas faltam vacinas. O parlamentar questionou a demora na aplicação das doses do imunizante e se isso devia-se ao número insuficiente de vacinadores, quantidade de postos de vacinação ou se era problema de logística.

O secretário explicou que com o passar do tempo percebeu que a vacinação não poderia ficar concentrada nas URAPs, porque causava aglomeração. Para melhorar o atendimento e garantir a segurança das pessoas, ele disse que mais 60 técnicos de enfermagem e enfermeiros estão sendo treinados para ampliar o drive-thru, nos espaços de vacinação.

“Temos 123 vacinadores com possibilidade de fazer 15 mil vacinas por dia, mas não temos vacina. E aí a segunda onda da Covid veio e inverteu toda a nossa lógica. Nós temos 11 URAPs preparadas para vacinar e a gente percebeu que essas vacinações não podem ser nas URAPs, não é seguro por conta do espaço pequeno, o que causa aglomeração. Neste sentido, nós estamos preparando uma equipe de enfermeiros e 60 técnicos de enfermagem para montar cinco drive-thru”, explicou.

O gestor também foi indagado sobre o caso envolvendo a estudante de psicologia e esposa do coronel Ulysses Araújo, Dayanna Menezes, que pode ter tomado a vacina, indevidamente, furando a fila. Em resposta, Frank Lima destacou que a partir desse caso um novo procedimento foi adotado.

“Além da lista com os nomes, pede-se ainda o tempo de serviço prestado à unidade, ou seja, quando foi realizado o contrato, a função que exerce e mais, o imunizado assina uma declaração dando ciência das informações repassadas à Semsa”, explicou o secretário.

Durante a reunião, o secretário também se manifestou com relação a vacinação dos presidiários. Disse ainda que os agentes da Segurança Pública precisam ser vacinados primeiro. “Não consigo aceitar, como cidadão de bem, que se vacine presos antes dos agentes da segurança pública. Eu quero me juntar a vocês para a gente lutar juntos. É humanamente difícil acreditar que tem que vacinar preso primeiro, não dá para aceitar”, disse.

O gestor salientou ainda que as próximas semanas serão bem difíceis com hospitais lotados. Mas garantiu que a secretaria de saúde está tomando providências para agilizar os atendimentos laboratoriais. “Peço a união de todos para enfrentar esse momento crítico da pandemia. A epidemiologia aponta para três semanas bem difíceis. Precisamos nos unir”, ressaltou o secretário de saúde.

O presidente da Comissão, deputado Roberto Duarte, agradeceu a participação do secretário e disse que os parlamentares continuam à disposição para ajudar no que for preciso. “Agradeço os esclarecimentos. Estamos cumprindo o nosso papel, de acompanhar e fiscalizar para que as ações de enfrentamento à pandemia, incluindo a vacinação, sejam de fato transparentes. E seguiremos com o nosso trabalho, faremos o que for necessário para esclarecer todas as questões”, destacou Roberto Duarte.

Já o deputado Edvaldo Magalhães (PC do B) frisou que o trabalho da comissão não é intimidar e tampouco atrapalhar as ações de combate à pandemia. “Vivemos nesse momento a chegada de um temporal e tudo indica que teremos graves problemas nas próximas duas semanas. Precisamos encontrar respostas objetivas e verdadeiras”, disse.

Texto: Mircléia Magalhães e Andressa Oliveira/Agência Aleac

Revisão: Suzame Freitas