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Assembleia Legislativa do Estado do Acre

Dia da Consciência Negra e combate à violência contra mulheres são temas de sessão solene na Aleac

Mesa de honra da sessão solene

Na manhã desta sexta-feira (22) foi realizada uma sessão solene em alusão ao Dia Nacional da Consciência Negra e aos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher. A solenidade é resultado de um requerimento apresentado pela deputada Doutora Juliana (PRB) e contou com a presença de representantes dos movimentos de combate à violência e ao preconceito.

O Dia da Consciência Negra é comemorado em 20 de novembro em todo o território nacional. A data faz referência ao dia da morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo de Palmares, que lutou para preservar o modo de vida dos africanos que conseguiam fugir da escravidão.

O deputado Jenilson Leite (PSB), que presidiu a sessão, fez a abertura da solenidade lendo uma mensagem enviada pelo deputado Nicolau Júnior (PP), presidente da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac). Ele também falou sobre a importância de se promover debates acerca de um tema que, dentre outras coisas, envolve o preconceito que ainda existe nos dias atuais.

“Agradeço a presença de todos hoje aqui. O Dia da Consciência Negra serve para que, além de debatermos os problemas que ainda existem como o preconceito, também possamos pensar em políticas públicas para mudarmos esse cenário. É importante que lutemos para que moldes antigos que ainda insistem em existir sejam quebrados”, disse.

A deputada Maria Antônia (PROS) leu a mensagem escrita pela deputada Doutora Juliana, que não pôde comparecer à solenidade, pois está cumprindo agenda fora do Estado. Ela também pontuou que este é um momento de reflexão para que a história seja relembrada e com ela todas as injustiças sofridas pelos negros.

“O Dia da Consciência Negra é um momento de reflexão, que nos faz rever a história e as injustiças que os negros foram sofreram. Nós, brasileiros, somos miscigenados, temos sangue de negro nas veias e isso nos tornou melhores e mais fortes. A cultura do povo africano foi de suma importância para a formação da nossa cultura. Este é um dia que devemos não apenas comemorar, mas também refletir sobre o que já foi conquistado e o caminho que ainda precisamos percorrer para de fato fazermos justiça aos nossos irmãos”, declarou.

Elza Lopes, que participou da solenidade representando a Associação das Mulheres Negras do Acre, disse que este é um momento para melhor compreender o que muitas mulheres negras enfrentam diariamente. “A Associação tem feito um trabalho maravilhoso acerca desse debate, para que possamos melhor compreender o que as mulheres negras têm passado. A prefeitura tem promovido atividades de conscientização desde o dia primeiro, também iniciaremos os 16 dias de ativismo no próximo dia 25. Não existe maior violação dos direitos humanos do que o racismo, e é contra isso que lutamos.”

A secretária de Assistência Social, Direitos Humanos e Políticas para Mulheres, Claire Cameli, que participou do ato representando o governador Gladson Cameli (PP), falou sobre as ações realizadas pelo governo para promover a igualdade e combate à violência contra a mulher. “Que possamos cada vez mais nos conscientizar sobre essa luta tão importante. O nosso governo tem trabalhado uma política voltada para a consciência negra e o combate à violência. Que possamos todos estar engajados nessa batalha, pois só assim teremos o justo resultado que tanto almejamos.”

O deputado Jonas Lima (PT) lamentou que diante desse tipo de luta alguns direitos ainda sejam retirados dos brasileiros. Ele citou a reforma da Previdência como um desses exemplos. “Vejo esses debates, onde abordamos temas tão necessários como a discriminação e combate à violência, e me entristeço ao notar que alguns de nossos governantes se unem para destruir direitos conquistados à base de muita luta e suor.”

A coordenadora Estadual de Políticas para Mulheres, do Instituto de Assistência e Inclusão Social, Isnailda Gondim, destacou as atividades promovidas pelo governo voltadas para o fim da violência contra o gênero. “O tema violência contra a mulher é polêmico, discriminatório, não escolhe idade, raça, escolaridade ou classe social, e predominantemente tem acontecido com mulheres negras. Nós lutamos não para ocupar o espaço de poder do homem, mas, sim, por uma equidade de direitos, caminhando lado a lado. O governo iniciou hoje os 16 dias de ativismo contra a violência direcionada à mulher.”

Uma pesquisa encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública ao Instituto Datafolha aponta que mais de 16 milhões de mulheres sofreram algum tipo de violência ao longo de 2018. De acordo com as projeções realizadas a partir do levantamento, 536 mulheres foram agredidas fisicamente a cada hora no Brasil com socos, empurrões ou chutes.

No próximo dia 25 será dado início à campanha do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres. Essa é uma estratégia de mobilização para o engajamento na prevenção e eliminação da violência contra mulheres e meninas. A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou que sete em cada dez mulheres no mundo já foram ou serão violentadas em algum momento da vida. O governo do Estado e a prefeitura da capital promoverão ações de conscientização.

Texto: Andressa Oliveira
Fotos: Raimundo Afonso
Revisão: Suzame Freitas
Agência Aleac