Deputado Daniel Zen questiona ações do MP contra prefeita Fernanda Hassem

O líder do governo na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), deputado Daniel Zen (PT), se manifestou na sessão desta terça-feira (27) a respeito das ações civis públicas que o Ministério Público do Acre (MPAC) apresentou contra a prefeita de Brasileia, Fernanda Hassem (PT). A gestora está sendo acusada de improbidade administrativa e de fraude em licitação. O parlamentar disse que causa “estranheza” a maneira como o órgão estaria interpretando os fatos.
“Respeito e acredito muito no trabalho do Ministério Público, mas o que me causa estranheza é o teor da ação pública movida pelo promotor de Justiça contra a prefeita de Brasileia. Não vejo necessidade de pedir o afastamento da prefeita. Fui pesquisar os fatos e descobri que uma das três pessoas que o órgão afirma que foi nomeada pela prefeita foi apenas designada para responder pelo cargo de secretária de Educação, ela não foi sequer remunerada para esse cargo, continua apenas recebendo seu salário de professora”, afirmou.
O parlamentar seguiu afirmando que o prefeito de Assis Brasil nomeou como chefe de gabinete uma servidora do Estado e que nunca chegou a ser acusado de improbidade administrativa pelo Ministério Público.
“Em Assis Brasil, o prefeito do PSDB nomeou uma servidora do Estado como chefe de gabinete e até hoje não foi acusado de improbidade administrativa. Que Ministério Público é esse que olha atravessado para uns e com olhar de piedade para outros? Que enxerga de forma diferente duas situações semelhantes ocorridas em dois municípios da mesma região? Que a age a favor de um e contra o outro? Não quero levantar falso contra a idoneidade do MP, longe de mim, mas os fatos me fazem no mínimo questionar”, enfatizou.
Para Daniel Zen, o promotor de Justiça do município de Brasileia estaria agindo segundo o mesmo modus operandi da Lava Jato. “Fazem o estardalhaço primeiro, depois é que a pessoa vai se defender. Está na hora disso acabar. Não podemos permitir que uma intuição seja uma destruidora de biografias, que promova o julgamento através dos veículos de imprensa”, ressaltou.
Para concluir, o deputado pediu que a Corregedoria do Ministério Público averigue com atenção a situação dos dois municípios. “Como pode uma prefeita com a popularidade lá em cima responder por improbidade administrativa e o outro prefeito que tem a popularidade no chão não responder? Por que é ilícito para um e para o outro não? Peço que a Corregedoria do MP averigue essa situação, que instaure um procedimento para apurar devidamente os fatos”.
“Esse assunto merece no mínimo uma interrogação. Nós temos que prezar pela imparcialidade e os fatos mostram que nesse caso não está havendo transparência e nem imparcialidade. Não podemos admitir que os homens da lei hajam contra a lei, que descumpram a lei com a justificativa de que estão agindo contra a corrupção”, concluiu.
Mircléia Magalhães
Agência Aleac